Em declarações à Lusa, o músico, autor e intérprete dos Blind Zero afirmou hoje que este é “um dos desafios mais bonitos” que lhe foi proposto e que, a concretizar-se, tentará “devolver à cidade e ao Coliseu uma pequena parte” do que lhe foi dado.
“É verdadeiramente um desafio muito bonito e que me permite devolver ao Coliseu um pouco daquilo que o Coliseu sempre me deu desde criança. Tive oportunidade de no Coliseu me formar e do ponto de vista simbólico e material, foi sempre um espaço de cultura da cidade que mais me marcou na infância e adolescência”, afirmou.
Depois da nomeação em março de 2020 de Mónica Guerreiro, pelo Ministério da Cultura, sucede agora o nome de Miguel Guedes, a convite da autarquia portuense.
A nomeação terá ainda de ser deliberada em Assembleia Geral da Associação dos Amigos do Coliseu, que deverá ser convocada para o início do próximo ano, adiantou a Câmara do Porto.
Ainda sem querer avançar com grandes detalhes, Miguel Guedes afirmou que o Coliseu do Porto tem de ser “um espaço referencial” não só na cidade, como a nível nacional e europeu, sobretudo, pela sua “enormíssima história”.
“O passado do Coliseu é um passado riquíssimo, histórico e de ligação umbilical à cidade do Porto e à Área Metropolitana do Porto. Nada me importa mais do que assegurar e reforçar o interesse público e a ligação do Coliseu às pessoas da cidade, com uma projeção nacional que uma casa como o Coliseu deve ter”, referiu.
Lembrando que este é um “momento de enorme responsabilidade e exigência”, o músico disse ser “tempo de avançar”, apesar das “inquietações e dúvidas” que pairam sobre aquele espaço cultural.
“Podemos ter muitas dúvidas sobre o que fazer, mas é tempo de tomar decisões e essas decisões já tiveram tantos volte-face que agora não podem ter mais. É tempo de avançar”, garantiu, não descurando a necessidade de o equipamento ter obras.
“É necessário olhar com todo o rigor, clareza e coragem porque o Coliseu precisa de obras urgentemente e ninguém pode desresponsabilizar-se dessa necessidade urgente”, defendeu.
A par da necessidade de intervir naquele património cultural da cidade, Miguel Guedes sublinhou que a sua programação terá de “combinar identidade e sempre a procura de rasgo”.
“Há muita coisa a fazer, há muita coisa bem feita e há seguramente muita coisa nova a fazer”, acrescentou, dizendo que o Coliseu deverá ser um espaço de “ligação emocional à cidade”, mas também um modelo de “boas práticas a nível europeu”.
À Lusa, o presidente da Câmara do Porto afirmou hoje que o nome de Miguel Guedes reuniu consenso por parte do Ministério da Cultura e da Área Metropolitana do Porto (AMP).
“Falei com o ministro da Cultura e com o presidente da Área Metropolitana do Porto e não só concordaram, como ficaram agradados com o nome”, afirmou Rui Moreira.
Músico, autor e intérprete, Miguel Guedes nasceu no Porto e é diretor da Gestão dos Direitos dos Artistas Intérpretes e Executantes (GDA).
Desde 2014, é colunista semanal de política no Jornal de Notícias e comentador de política no Porto Canal.
Miguel Guedes é cronista e conferencista em temas relacionados com as áreas da política, cultura, desporto e ciências sociais, tendo sido colunista semanal no Público, Jornal I e na revista Focus.
Em 2014, foi agraciado com a Medalha Municipal de Mérito da cidade do Porto, Grau Ouro.
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