“A Mytaxi não tem dúvidas e continua a defender que o futuro do setor passa inevitavelmente pela profunda revitalização e revisão da regulamentação do táxi. A Mytaxi respeita o direito à greve, no entanto, considera que não será a melhor forma de o setor fazer valer as suas reivindicações”, refere a empresa, num comunicado enviado à Lusa.
A Mytaxi, que disponibiliza uma aplicação ‘online’ através da qual se pode chamar um táxi, “apoia e defende os interesses de todos os profissionais do setor”, mostrando-se relutante com alguns aspetos da lei que vai regular as plataformas eletrónicas de transporte de passageiros em veículos descaracterizados, já que, no seu entender, “não é equitativa o suficiente”.
Como exemplo dessa discrepância, a Mytaxi refere a questão do número de licenças ou as limitações geográficas que existem para o setor do táxi, mas não para as plataformas de transporte em veículos descaracterizados (TVDE).
“Desde o primeiro momento que afirmamos que a existência de concorrentes é positiva desde que devidamente regulamentada, mas a lei para os TVDE não veio acompanhada de nenhuma alteração para a indústria do táxi o que era fundamental, e é por isso que continuamos a defender que a modernização do sector é a questão de fundo a ser abordada”, avançou o diretor-geral da empresa em Portugal, Pedro Pinto.
De acordo com o responsável, é necessário “melhorar a qualidade dos serviços e inovar tecnologicamente um setor histórico”, que necessita de “um enquadramento legal atualizado de modo a poder continuar a prestar um serviço público capaz de competir em pé de igualdade num mercado cada vez mais competitivo”.
A Mytaxi chegou a Portugal em novembro de 2015, tendo sido fundada em junho de 2009 como a primeira aplicação de táxi do mundo a estabelecer uma ligação direta entre um passageiro e um motorista de táxi.
Pelo mundo conta com mais de 10 milhões de passageiros e 100.000 motoristas, sendo que em Portugal opera em Lisboa e no Porto, contando com mais de 1.500 motoristas nas duas cidades (mais de 1.200 na capital e mais de 300 no Porto).
Desde que chegou a Portugal, a empresa tem vindo a desenvolver o seu trabalho em exclusivo com o setor do táxi com o objetivo de o modernizar, considerando que apresenta um modelo de negócio mais justo e atualizado para os profissionais do setor.
Segundo Pedro Pinto, a evolução do negócio tem sido “bastante positiva”, tendo em conta que o “crescimento tem sido consistente, tanto a nível de volume de negócios, como em motoristas, utilizadores e número de viagens realizadas”.
Em 2017, em termos de receitas, volume de negócios e número de motoristas, a Mytaxi cresceu cerca de 60% em Portugal e o número de registos de utilizadores e de viagens tem vindo a crescer a um ritmo de 200% por mês, segundo dados da empresa.
A entrada em Portugal é apontada como um dos lançamentos com mais sucesso dentro do universo Mytaxi, já que o país é o mercado com maior rácio de crescimento do grupo.
Os taxistas agendaram para quarta-feira um protesto com o objetivo de impedir que a lei que regula as plataformas eletrónicas de transporte em veículo descaracterizado entre em vigor. Em Portugal atuam quatro destas plataformas: Uber, Cabify, Taxify e Chauffer Privé.
Será o quarto grande protesto contra as quatro plataformas que operam em Portugal e que viram a lei que regulamenta a sua atividade a ser aprovada, depois de muita discussão pública e no parlamento, em 12 de julho.
A lei foi promulgada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em 31 de agosto, entrando em vigor em 1 de novembro.
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