Numa nota enviada aos jornalistas, o vice-presidente centrista Miguel Barbosa refere que o partido "não pode deixar de censurar a deriva marcadamente ideológica seguida pelo Governo na constituição deste grupo trabalho, ao nomear [o dirigente da SOS Racismo] Mamadou Ba ao mesmo tempo que resolveu ignorar quem mais tem feito pelo combate ao racismo".
"Para o CDS, não há racistas bons e racistas maus. Mamadou Ba encarna em si os preconceitos que diz combater e alimenta-se deles e do ódio para ter existência política. Em matéria de racismo, o pensamento de Mamadou Ba é sintetizado na citação que usou recentemente de que era preciso 'matar o homem branco'", aponta o centrista.
Miguel Barbosa afirma igualmente que "recomendações para as políticas públicas vindas deste tipo de ativistas ‘antirracismo’ são tudo menos recomendáveis".
O vice-presidente do CDS-PP considera ainda que "o Governo se esqueceu do papel insubstituível de várias instituições ligadas à Igreja Católica que têm créditos firmados e trabalho diário na integração social das diferentes etnias", pelo que "estranha" que "não tenham sido convidadas quaisquer personalidades a elas ligadas, várias com currículo que só por si justificaria a sua inclusão no grupo de trabalho".
Apontando que "o direito à igualdade e à não discriminação – constitucionalmente consagrado – é um alicerce da democracia portuguesa", Miguel Barbosa considera que "o Governo, com estes erros de palmatória, manchou este grupo de trabalho e o país nada de bom tem a esperar dele".
Na semana passada, o Governo anunciou a criação de um Grupo de Trabalho para a Prevenção e o Combate ao Racismo e à Discriminação, que agora tem cinco meses para apresentar contributos e recomendações para a elaboração de políticas públicas nesta área.
De acordo com o despacho publicado, este grupo de trabalho tem uma composição multidisciplinar, incluindo a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR), especialistas e representantes de associações antirracistas.
Segundo o mesmo despacho, o grupo de trabalho será coordenado por José Reis, vogal do Alto Comissariado para as Migrações, e constituído por 15 membros, incluindo Mamadou Ba, dirigente do SOS Racismo.
Comentários