“Informo que Dairo Antonio Usuga, ‘Otoniel’, foi extraditado”, declarou Duque, numa mensagem na rede social Twitter, considerando que “este criminoso não pode ser comparado a Pablo Escobar”, famoso narcotraficante cofundador do Cartel de Medellin, abatido pela polícia em 1993.
Um dos mais procurados narcotraficantes no país, “Otoniel”, de 50 anos, foi detido a 23 de outubro, no noroeste da Colômbia, numa vasta operação policial. O julgamento por tráfico de droga está a decorrer num tribunal de Nova Iorque desde 2009 e “Otoniel” tinha a cabeça a prémio nos Estados Unidos por cinco milhões de dólares (4,7 milhões de euros).
“Trata-se do traficante de droga mais perigoso do mundo, um assassino de líderes sociais e de polícias, um violador de crianças e adolescentes. Hoje, a legalidade, o Estado de direito, a força pública e a justiça estão a triunfar”, congratulou-se o chefe de Estado colombiano.
Os meios de comunicação social locais transmitiram imagens de uma caravana de grandes veículos blindados, escoltados por polícias fortemente armados, em direção ao aeroporto de Bogotá. A presidência também publicou fotografias de “Otoniel”, algemado e com um casaco cinzento, a bordo de um jato, pouco antes da descolagem do aparelho.
Familiares das vítimas de “Otoniel” pediram “uma suspensão” da extradição por considerarem que este procedimento ia “subtrair à justiça [colombiana] um líder paramilitar que cometeu crimes contra a humanidade no país”, reclamando o direito a conhecer a verdade e a reparações.
No entanto, Ivan Duque garantiu que, uma vez cumprida a pena nos Estados Unidos, o chefe do Clã do Golfo “regressará à Colômbia para pagar todos os crimes cometidos” no país.
Oriundo de uma família camponesa do noroeste da Colômbia, Dairo Antonio Usuga foi guerrilheiro de grupos de extrema-esquerda, depois paramilitar de extrema-direita, antes de assumir a chefia de uma organização de tráfico de droga, composta por cerca de 1.600 homens, responsável por exportar, em média por ano, perto de 300 toneladas de cocaína para três dezenas de países, de acordo com as autoridades.
“Otoniel” substituiu o irmão Juan de Dios, conhecido como “Giovanni”, abatido pela polícia em 2012, na chefia do Clã do Golfo.
Em cinco décadas de guerra contra a droga, apoiada pelos Estados Unidos, a Colômbia matou ou capturou vários narcotraficantes, sendo o mais famoso Pablo Escobar.
O país continua a ser o primeiro produtor mundial de cocaína e os Estados Unidos o principal mercado, enquanto que a violência ligada ao narcotráfico perdura.
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