“Se tivermos de nos defender sozinhos, defender-nos-emos sozinhos. Se for possível mobilizar os ‘gentios’ [não-judeus], isso é bom. Mas se não nos protegermos, ninguém nos protegerá”, afirmou Netanyahu.

O primeiro-ministro israelita falava num encontro com sobreviventes do genocídio nazi que participarão no domingo no memorial Yad Vashem nas cerimónias do Yom HaShoah (Dia Anual em Memória do Holocausto).

A guerra devastadora lançada por Israel na Faixa de Gaza em retaliação ao ataque de 07 de outubro, perpetrado pelo grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, está a receber críticas crescentes em todo o mundo.

Dirigindo-se ao movimento estudantil em solidariedade com os palestinianos em universidades norte-americanas, Netanyahu referiu-se na semana passada a manifestações de “hordas antissemitas” que “pedem a aniquilação de Israel” e “atacam estudantes e professores judeus”.

O líder israelita também enfrenta oposição internacional aberta — incluindo dos Estados Unidos, aliado histórico de Telavive — à sua intenção declarada de levar a cabo uma grande ofensiva na cidade de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, que se tornou num refúgio para um milhão e meio de palestinianos, a grande maioria deslocada pela guerra.

O primeiro-ministro considera essencial aniquilar o Hamas, mas a ONU e muitos países temem uma carnificina no território.

“Faremos tudo o que for necessário para vencer e derrotar os nossos inimigos, especialmente em Rafah”, reiterou hoje Netanyahu.

O Presidente israelita, Isaac Herzog, criticou hoje um “terrível ressurgimento do antissemitismo” no mundo, e particularmente nos Estados Unidos, onde afirmou que prestigiadas universidades, centros de história, cultura e educação” estão “contaminadas pelo ódio”.

“Vemos com horror as atrocidades de 07 de outubro contra Israel a serem celebradas e justificadas”, continuou Herzog, em referência ao ataque terrorista sem precedentes do Hamas em Israel, que deixou mais de 1.100 mortos, além de cerca de 250 reféns.

A ofensiva israelita lançada em retaliação na Faixa de Gaza provocou até agora quase 34.600 mortos, na maioria civis, segundo o Ministério da Saúde, controlado pelo grupo islamita palestiniano, e mergulhou o enclave numa grave crise humanitária.