A média mensal de desempregados subsidiados inscritos nos centros de emprego, em 2020, foi de 189.200 pessoas, o que representa uma subida de quase 49% em comparação com o ano anterior, segundo notícia do Público.
Os números foram divulgados no relatório de atividades da Comissão de Recursos do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), que aponta também para um aumento de 30%, para 375.150 pessoas, no desemprego registado.
O relatório refere ainda que os números se devem “ao efeito da pandemia e às suas consequências no tecido socioeconómico do país”, o que condicionou a atividade do IEFP e da Comissão de Recursos.
O aumento do número de subsidiados em relação aos novos inscritos poderá, também, ser associado com a prorrogação das prestações dos subsídios de desemprego, no âmbito das medidas excecionais de combate à pandemia.
De acordo com a Comissão de Recursos, verificou-se ainda uma redução de 53,5% da anulação de inscrições de desempregados subsidiados por terem falhado o respetivo cumprimento dos deveres previstos na lei. Em 2020, os centros de emprego procederam à anulação de um total de 1.892 subsídios – cerca de 1% do total, quando em 2019 a taxa de anulações foi de 3,2%.
A pandemia também terá tido impacto nestes números: “O confinamento obrigatório, que conduziu ao alargamento das justificações atendíveis para a não observância das obrigações por parte dos desempregados subsidiados e, em si mesmos, os sucessivos estados de emergência que perduraram durante todo o ano estarão na origem desta diminuição”, refere nota a presidente da Comissão de Recursos, Cristina Rodrigues, no relatório citado pela publicação.
Entre as principais causas de anulação das inscrições estão a falta de comparência à convocatória (68%), a falta de comparência nas entidades para onde foram encaminhados pelo centro de emprego (9%) e a falta ao controlo no quadro das medidas de emprego (9%).
O relatório ressalva ainda que, perante o contexto pandémico, muitas intervenções passaram a ser realizadas à distância, através de plataformas digitais, por forma a evitar a deslocação presencial aos serviços.
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