Numa mensagem partilhada esta tarde no Facebook, Obama deixou uma homenagem sentida, de despedida, à cantora de Soul norte-americana Aretha Franklin.
"A América não tem realeza. Mas temos uma hipótese de ganhar algo mais duradouro. Nascida em Memphis e criada em Detroit, Aretha Franklin cresceu a cantar gospel na congregação do seu pai. Por mais de seis décadas desde então, em todas as vezes que cantou fomos todos agraciados com um vislumbre do divino. Através das suas composições e musicalidade inigualável, Aretha ajudou a definir a experiência americana. Na sua voz, podíamos sentir a História, tudo em todas as tonalidades — o nosso poder e a nossa dor, as nossas trevas e a nossa luz, a nossa busca por redenção e o respeito arduamente conquistado. Ela ajudou-nos a sentir mais ligados uns aos outros, com mais esperança, mais humanos. E, por vezes, ajudou-nos a esquecer tudo e dançar. Aretha pode ter ido para um lugar melhor, mas o presente que é a sua música continua a inspirar-nos a todos. Que a Rainha da Soul descanse na eterna paz. Michelle e eu enviamos as nossas orações e condolências à sua família e a todos aqueles transformados pela sua canção.
Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, não deixou de reagir também à morte da cantora, ainda que de forma menos emocionada: "A Rainha da Soul, Aretha Franklin, morreu. Era uma mulher ótima, com um dom maravilhoso de Deus, a sua voz. Deixará saudades!"
Aretha Franklin, autora de canções como "Respect" e "I Say a Little Prayer", faleceu hoje, aos 76 anos. A informação foi avançada à Associated Press pelo seu agente. A cantora norte-americana faleceu na casa, em Detroit.
A cantora estava gravemente doente, como confirmou na segunda-feira, 13 agosto, o jornalista Roger Friedman, amigo da família, no seu site. "[Aretha Franklin] está gravemente doente em Detroit e a sua família pede ao público que reze por ela e que respeite a sua privacidade", escreveu à data o repórter.
A cantora norte-americana foi diagnosticada com cancro em 2010 e cantou pela última vez em novembro do de 2017, para a Elton John AIDS Foundation, tendo feito o seu último concerto em Filadélfia, no Estado da Pensilvânia, em agosto do mesmo ano.
Franklin consolidou o seu lugar na história da música americana com a sua poderosa voz, que abrange quatro oitavas. Ao longo da sua carreira, os seus sucessos transitaram entre o soul, o R&B, passando pelo gospel e pela pop.
Aretha Franklin passou de cantar gospel na igreja do seu pai para encabeçar regularmente os tops das tabelas de rhythm and blues (R&B) e pop nas décadas de 1960 e 1970.
A cantora ganhou 18 prémios Grammy, os mais prestigiados prémios musicais, tendo sido a primeira mulher a ser admitida no "Rock and Roll Hall of Fame", o panteão americano do rock, em 1987.
Além de "Respect", o seu poderoso cover da música de Otis Redding, que se tornou o seu cartão de visita, Franklin teve dezenas de singles no Top 40, de acordo com o Rock and Roll Hall of Fame. Os seus principais hits incluem "You make me feel like a natural woman", "Day Dreaming", "Jump to It", "Freeway of Love" ou "A Rose Is Still A Rose".
O seu estilo influenciou divas da pop como Mariah Carey, Whitney Houston, Alicia Keys, Beyoncé, Mary J. Blige e Amy Winehouse.
Em 2005, Aretha Franklin recebeu do então Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a Medalha da Liberdade, o mais alto galardão para um civil nos Estados Unidos.
Em janeiro de 2009, cantou na posse do presidente Barack Obama, o primeiro presidente afro-americano na história dos Estados Unidos, depois de cantar para a posse do ex-presidente democrata Bill Clinton, em 1993.
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