Elaboradas a partir de lixo e desperdício, como é assinatura do artista, uma das esculturas fica situada no depósito de água do parque de campismo da Praia de Faro e a outra está instalada na lateral de um dos edifícios do ‘campus’ de Gambelas da Universidade do Algarve (UAlg).
“Ser chamando para fazer uma peça não apenas para agradar as vistas, mas para tocar num assunto que tem a ver com um animal em vias de extinção é-me muito gratificante”, disse à Lusa o artista.
Artur Bordalo afirmou que o animal a representar fazia parte integrante do convite da Câmara Municipal de Faro e da UAlg, por ser uma espécie que “está a ser trabalhada na ria e por estar em vias de extinção”, fazendo sentido realizar “uma peça sobre o que deveria ser relembrado” ainda para mais entrando “plenamente no conceito da [série da sua autoria] ‘Big Trash Animals'”.
Do ponto de vista artístico são duas peças diferentes oriundas de “duas subséries de trabalho distintas”, o situado na Praia de Faro pertence ao grupo dos plásticos dos “Big Trash Animals” onde permanecem “todas as cores dos materiais, sendo mais fácil identificá-los”, explicou.
O patente na Universidade do Algarve é um “Neutral” em que os materiais “são pintados com as cores naturais do bicho, quase de forma a camuflar o que os destrói e criar uma imagem mais realista”.
Bordalo II (o primeiro era o avô, artista plástico Real Bordalo), nascido em Lisboa em 1987, começou pelo ‘graffiti’, que o preparou para o trabalho pelo qual se tornou conhecido: esculturas feitas com recurso a lixo e desperdícios.
Nos últimos anos, o artista tem ‘espalhado’ animais um pouco por todo o mundo e em Portugal já é possível ver-se peças suas em Lisboa, Estarreja, Loures, Vila Nova de Gaia e Covilhã.
Conhecido pelas coloridas esculturas de animais feitas com recurso a lixo e desperdício, na géneses do seu trabalho há uma preocupação ecológica, procurando alertar para o consumo excessivo e consequente elevada produção de lixo, que se estende às questões ambientais, representando quase sempre animais, muitos deles em vias de extinção.
Peças de automóveis, lixo tecnológico, contentores partidos, móveis entre muitos outros, são a matéria prima através da qual dá vida aos seus “Big Trash Animals”.
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