Catarina Martins falava hoje aos jornalistas no final de uma visita ao Centro de Vida Independente de Lisboa, tendo sido questionada sobre as negociações do Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), cujas linhas gerais foram hoje apresentadas aos partidos no parlamento pelo ministro das Finanças, Mário Centeno.
"O que é essencial é que quando acabar esta legislatura as pessoas olhem para o país em 2015 e olhem para o país em 2019 e possam dizer que se vive melhor. E só se vive melhor se houver mais salário, se houver mais pensão, se houver melhores serviços públicos e se houver mais apoio aos dois milhões de pessoas que em Portugal ainda vivem em situação de pobreza, muitas delas pessoas com deficiência", defendeu.
Apesar de a proposta do Governo do OE2019 não estar fechada, a líder bloquista tem uma certeza: "Será um orçamento que continua a repor salários, pensões e condições ao país".
"Começamos sempre estas negociações com muitas impossibilidades. À medida que vamos fazendo a discussão percebe-se que é muito mais fácil encontrar caminho do que falar de impossibilidades. Ainda bem que assim é", respondeu, quando questionada especificamente sobre as linhas gerais apresentadas por Mário Centeno.
Sobre o facto de ainda não estar nada decidido sobre as grandes prioridades do partido para o OE2019, Catarina Martins lembrou que "não será nenhuma novidade" que o "BE preferia ter negociado o Orçamento com mais tempo", sublinhando que mostrou essa disponibilidade.
"Isto de trazer dossiês tão importantes até à última não foi uma opção do BE, foi uma opção do Governo. Registo o seguinte: impossibilidades de há uns meses, agora são caminhos que estamos a trilhar. Continuamos a trabalhar", apontou.
Sobre o valor de 0,2% de défice previsto pelo Governo no cenário macroeconómico para 2019, a líder do BE reiterou que todos querem "um país com contas certas".
"O BE seguramente quer um país com contas certas, mas um país com contas certas é um país que não pode conviver, por exemplo, com dois milhões de pessoas que vivem em situação de pobreza. Nós precisamos de combater o défice das contas públicas ao mesmo tempo que recuperamos as condições de vida das pessoas", insistiu.
Para Catarina Martins, "o problema" é quando se põe "a meta do défice das contas à frente do combate aos défices do país", apelando ao combate à “dívida social enorme que o país tem e o empobrecimento".
"Um país que tenha um défice para Bruxelas ver, mas depois onde falte tudo às pessoas, tem um défice muito preocupante e é isso que nós não queremos, mas como lhe digo estamos a negociar", assegurou.
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