Uma delegação do partido "Os Verdes" visitou esta terça-feira o monumento para se inteirar do projeto de colocação das barreiras junto ao Itinerário Complementar n.º 2 (IC2) defronte do Mosteiro da Batalha.
José Luís Ferreira considerou que o melhor da solução é "ser amovível", o que permitirá retirar as barreiras quando "qualquer governo rever a decisão das portagens".
"Esta é uma solução B. A verdadeira alternativa em termos de mobilidade é pela autoestrada. Isso só é possível se as portagens saírem. As portagens são o verdadeiro muro para transferir o trânsito daqui para a autoestrada", afirmou o deputado.
José Luís Ferreira lembra que o monumento "é classificado pela UNESCO [Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura] como Património da Humanidade, tem um sentido histórico muito forte, porque é uma marca da independência e da afirmação e legitimidade do país face a Castela na crise de 1383-85". Por isso, "é preciso preservá-lo".
"Os Verdes" questionaram o Governo em 2017 para o fim das portagens na A19, "de modo a resolver o problema do ruído e das vibrações provocadas pela estrada que passa em frente ao mosteiro".
"O Governo disse que não, mas vamos continuar a insistir para a necessidade de rever a questão das portagens, face ao risco que representa este tráfego todo em frente ao Mosteiro. Fora de Lisboa é o monumento mais visitado do país e deve ser preservado".
O representante de "Os Verdes" defende que "o Estado deve reverter para si o serviço da autoestrada, porque as parcerias público-privadas em geral só são boas para os privados".
Citando números avançados pelo presidente da Câmara da Batalha, o deputado considera que "se o Estado chamasse a si a manutenção da autoestrada, ainda 'metia' ao bolso 600 milhões ou 700 milhões de euros".
Em alternativa, "Os Verdes" defendem "a criação de mecanismos que não tornem as portagens da A19 tão pesadas, sobretudo para as viaturas de mercadorias, que são as que perturbam mais o edifício".
Na reunião com a delegação do partido, o presidente da Câmara da Batalha, Paulo Batista dos Santos, admitiu receber a gestão do troço do IC2 que passa frente ao monumento.
"Se nos for 'oferecida' esta frente do mosteiro, nomeadamente a rodovia, a primeira prioridade será reduzir aqui o trânsito. Temos consciência do impacto que tem na qualidade de vida, não só do mosteiro, mas também da população e dos milhares de turistas que nos visitam".
O autarca considera que "o país tem de perceber" a decisão.
"Haverá outros exemplos de coisas que estão mal pensadas, que apareceram num tempo em que tudo era possível e em que para o desenvolvimento da rede rodoviária valia tudo. Aqui e noutros pontos, fizeram-se disparates. Se há serras que foram cortadas por autoestradas, a nossa ‘serra' foi esta".
A equipa técnica e o Presidente da Câmara Municipal apresentaram os estudos técnicos mais recentes que confirmam a necessidade do projeto ao nível da sua preservação, bem assim foram explicadas as várias fases obra que culminará numa solução ambientalmente sustentável através da instalação de uma barreira acústica diluída pela implantação de um jardim vertical através da plantação de milhares de árvores e diferentes espécies arbustivas.
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