“Não nos faz qualquer sentido que António Costa tenha feito uma paragem que nem sequer estava programada" e durante a qual se encontrou "com um primeiro-ministro ultraconservador, que tem feito retroceder, através da legislação, direitos das mulheres que são direitos fundamentais”, afirmou Inês de Sousa Real, em declarações à agência Lusa.
Afirmando tratar-se de “preocupações que não são apenas do PAN, mas também dos portugueses”, porque são “direitos universais”, a deputada única defendeu que “o primeiro-ministro tinha a opção de não ir e de recusar o convite, até porque tinha uma outra trajetória programada”.
“O que está aqui em causa, acima de tudo, é Portugal estar a dar mão e estar ao lado de um país ultraconservador, de uma opção política que tantas vezes se ouve criticar no parlamento português, mas que se esfuma assim que há uma oportunidade de ir ver um jogo de futebol”, salientou.
A porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza defendeu que os “direitos humanos devem ser fundamentais e uma prioridade quer para Portugal, quer para a União Europeia”.
Sousa Real considerou que “qualquer voo político, em particular na União Europeia", não pode "deixar passar ao lado a escala dos direitos humanos”.
Reconhecendo a questão protocolar, com a qual o primeiro-ministro justificou ter ficado sentado ao lado de Viktor Orbán, a porta-voz do PAN insistiu que “a opção deveria ter sido não estar presente”.
Sobre o uso de uma aeronave da Força Aérea, Inês de Sousa Real disse ter “alguma dificuldade em compreender a utilização destes recursos para ir assistir a um jogo de futebol, ainda que possa existir algum convite protocolar”.
A porta-voz do PAN comentou também uma notícia do jornal Público, que refere que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, mandou classificar como segredo de Estado documentos do Sistema Geral de Segurança da IP, num despacho cuja data coincidiu com a altura em que aquela publicação pediu acesso à informação.
Para o PAN, “a classificação de documentos estruturais de políticas públicas é inadmissível, porque impede o escrutínio dos cidadãos e da Assembleia da República”, pelo que o partido vai apresentar um requerimento para que a informação seja desclassificada e divulgada.
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