A Comissão dos Negócios Estrangeiros da Grande Assembleia Nacional da Turquia reuniu-se hoje para dar “luz verde” ao protocolo de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), mas decidiu adiar a questão a pedido do partido do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Segundo o presidente da comissão, Fuat Oktay, a decisão do adiamento deve-se ao facto de “a questão em debate não ter sido clarificada” e por “as negociações não estarem suficientemente maduras”, segundo a agência noticiosa turca Anatólia.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Burak Akcapar, informou hoje os membros da comissão sobre as medidas tomadas pela Suécia para satisfazer as exigências de segurança da Turquia, afirmando que os militantes curdos já não conseguem encontrar um “espaço confortável para se movimentarem na Suécia”, segundo a agência noticiosa Anadolu.

“O governo e a opinião pública sueca começaram a compreender melhor as preocupações legítimas do nosso país em matéria de segurança”, afirmou Akcapar.

No início da semana, o Presidente do Parlamento turco, Numan Kurtulmus, disse ao seu homólogo sueco, Andreas Norlen, numa videoconferência, que espera que o processo legislativo na Turquia seja concluído “o mais rapidamente possível”, noticiou a Anadolu.

Não foi avançada qualquer data para retomar o processo.

Em outubro passado, Erdogan remeteu a questão da adesão da Suécia à NATO ao parlamento turco, instituição encarregada de dar o aval final a um processo que foi lançado na cimeira de Madrid, em 2022, pela Finlândia, mas que se deparou com a oposição turca e húngara.

Mesmo que a Grande Assembleia Nacional turca vote a favor da entrada da Suécia na Aliança Atlântica, Estocolmo terá ainda de obter a aprovação de Budapeste, uma vez que tem de ter a aprovação de todos os membros do bloco atlântico.

As autoridades turcas têm repetidamente apontado a presença de movimentos pró-curdos na Suécia, especialmente no que respeita a qualquer apoio ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que Ancara considera uma organização terrorista.

Além disso, nos últimos meses, houve vários incidentes na Suécia envolvendo a queima de cópias do Corão, o livro sagrado do Islão, bem como incidentes contra o próprio Erdogan.

No caso da Hungria, as suspeitas devem-se aos alegados “insultos” feitos ao país.

“Dizem que a Hungria não é uma democracia, mas sim uma ditadura”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto, em julho, acusando as autoridades suecas de se intrometerem em assuntos internos.