Rogério Bacalhau adiantou à Lusa que a operação “deve estar concluída nos finais de agosto”, dez meses depois de os parquímetros terem sido desativados, em novembro passado, quando a autarquia optou por não renovar os contratos com os anteriores concessionários para passar a gestão para o universo municipal.
A proposta de passagem da gestão dos parquímetros para a empresa municipal Ambifaro já tinha sido chumbada em Assembleia Municipal, em janeiro, numa votação renhida, mas desta vez, na assembleia desta semana, foi aprovada, o que permitirá à autarquia de maioria PSD/CDS-PP avançar com a operação.
O presidente da autarquia, afirma que neste período se “perderam certamente mais de 500 mil euros”, que serviriam para cobrir os custos da Ambifaro, responsável pela gestão do mercado municipal, com os encargos do empréstimo bancário criado para cobrir um “passivo de 11 milhões de Euros”.
A opção de transferência da gestão dos parquímetros para aquela empresa municipal foi tomada devido à incapacidade da mesma “em gerar receita para fazer ao pagamento da dívida desde a sua criação”, para além da possibilidade de maior “celeridade” nas contrações, por ser uma empresa municipal, justificou.
O diferendo existente entre o PS e a coligação liderada pelo PSD, que está em maioria no executivo, mas não na Assembleia Municipal, inviabilizou, durante estes meses, a aprovação da proposta, mas Rogério Bacalhau acredita que os argumentos que foram sendo apresentados fizeram a diferença.
“A morosidade da operação em colocar os parquímetros a funcionar, a insolvência da empresa e da operacionalidade do funcionamento do mercado, levaram a que alguém percebesse isso e que, de alguma forma, votasse connosco”, referiu.
O desempate na votação – que permitiu aprovar a proposta - foi conseguido com um voto a favor de um presidente de uma junta de freguesia do concelho eleito pelo PS.
No entanto, se o diferendo na Assembleia Municipal parece ter sido ultrapassado, nas ruas da cidade as opiniões dividem-se quando o assunto são os parquímetros.
Ana Cabeceira é proprietária de uma cafetaria na rua de Santo António - uma das mais movimentadas da cidade - e considera urgente que se altere a realidade, pois os clientes não vão à baixa “por não haver lugar”, chegando a haver carros “que ficam dias no mesmo sítio”.
A sua condição de residente leva-a no entanto, a reivindicar por “preços mais baixos” até porque os clientes se “queixam dos preços em comparação a outras cidades”, além de defender planos especiais para trabalhadores na baixa.
Rogério Oliveira, que gere uma pastelaria situada uns metros mais baixo, afirma não ter notado grande variação no número de clientes, “talvez até um pouco mais por não se pagar”, mas diz que agora que a situação se vai inverter vai ser “possível ver a diferença”.
Numa farmácia das ruas pedonais da baixa da cidade, os parquímetros são assunto que gera alguma discordância. Um dos clientes considera que deveria” haver um lugar reservado para utentes, já que pagar parquímetro é caro”.
As técnicas de farmácia refletem o sentimentos de outros clientes que se queixam tanto da dificuldade em estacionar, como da não existência de parquímetros.
“Se com eles [parquímetros] pagam, sem eles não têm lugar para estacionar, têm de refilar sempre!”, concluem.
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