Em declarações aos jornalistas, André Ventura foi questionado sobre se estaria disponível para abdicar de uma candidatura sua às presidenciais caso o ex-primeiro-ministro e líder social-democrata Pedro Passos Coelho avançasse para a corrida a Belém.

André Ventura começou por responder que esse “é um cenário difícil de colocar neste momento” e reiterou que Passos Coelho “reúne condições como poucos para ser candidato a Presidente da República”.

“Se vai ser apoiado ou não poderia ser apoiado, isso é uma questão que não posso decidir agora e aqui sozinho. Se eu não avançaria por causa disso? Primeiro, eu nem sequer tomei uma decisão sobre essa matéria e há outros nomes que também se têm perfilado e que são nomes a ter em conta, como é o caso do almirante Gouveia e Melo, é outro nome que tem que ser tido em conta”, lançou.

O líder do Chega acrescentou que “há uma série de nomes que se estão a perfilar e que até podem vir a contar com o apoio do Chega”.

“Eu acho que isso é positivo, não necessariamente uma candidatura do presidente do Chega, que já foi candidato presidencial”, considerou.

Ventura defendeu ainda as declarações do ex-primeiro-ministro Passos Coelho na segunda-feira, na apresentação do livro "Identidade e Família – Entre a Consciência da Tradição e As Exigências da Modernidade", afirmando que o social-democrata “tem direito” a expressar as suas opiniões publicamente.

O antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho pediu na segunda-feira que se dê um “sinal muito forte” para responder aos que expressaram desilusão nas últimas eleições e que não se criem desentendimentos teatrais no espaço político.

Na apresentação do livro “Identidade e Família”, em que marcaram presença os líderes do Chega, André Ventura, e do CDS-PP, Nuno Melo, Passos Coelho defendeu que tem de haver uma capacidade de as pessoas “se entenderem coletivamente” e avisou que não se pode dizer aos eleitores que se tem “muito respeito pelas suas preocupações”, mas não pela escolha que fizeram nas urnas.

“Isso é um bocadinho um insulto às pessoas, não podemos dizer ‘estou muito preocupado com os seus anseios, mas se fizer esta escolha, daqui não leva nada, se fizer aquela escolha, comigo não fala’”, afirmou.

Sem explicitar os destinatários, mas numa aparente referência a PSD e Chega, o antigo primeiro-ministro disse que “quando há identidades firmadas” não há que ter medo de os espaços políticos “se diluírem ou confundirem entre si”.