No último dia do 37.º Congresso Nacional do PSD, Paulo Rangel foi questionado pelos jornalistas sobre a polémica em torno da escolha da antiga bastonária da Ordem dos Advogados para a direção de Rui Rio, decisão que a antiga ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz já apelidou de traição, uma vez que Elina Fraga, em 2014, apresentou queixa contra os ministros do executivo de Passos Coelho devido ao mapa judiciário.
"Compreendo que é uma escolha polémica por causa das posições que tinha como bastonária. Eu nunca vi até hoje, em nenhum congresso, especialmente quando há mudança de líder - mas não só - que não houvesse comissões políticas que não criassem sempre um certo 'frisson', especialmente durante os dias de congresso", desvalorizou.
Sobre a posição de Teixeira da Cruz, o eurodeputado do PSD considerou que "cada um tem a sua opinião e usa as palavras que entende", já que "felizmente ainda há liberdade de expressão".
"Não me recordo de um congresso em que visse, mesmo os apoiantes mais entusiastas de um líder, estarem agradados com todas as suas escolhas. Encaro isso com normalidade", observou.
Com normalidade correu todo o congresso, na opinião do número dois do Conselho Nacional eleito na lista conjunta de Rui Rio e Santana Lopes.
"Acho que este congresso correu com todos aqueles passos que o congresso do PSD tem de correr, aquilo que é o guião habitual: alguma tensão, algum drama, alguma crispação, momentos de reconciliação, momentos de emoção, momentos até de algum debate mais aceso. Tudo isso se passou aqui", descreveu.
Paulo Rangel foi ainda confrontado com o facto de Elina Fraga ter sido sua apoiante na disputa pela liderança do PSD que fez com Passos Coelho e Aguiar-Branco.
"É uma novidade que me está a dar oito anos depois", disse.
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