Num nota enviada à Lusa, Pedro Rodrigues responsabilizou Rui Rio pelo crescimento dos partidos à direita do PSD, considerando que a liderança social-democrata não tem sido capaz de se assumir como oposição assertiva.
“O crescimento exponencial dos partidos à direita do PSD resultam de uma reação dos portugueses à dificuldade que o PSD tem sentido em mobilizar, representar e galvanizar os mais dinâmicos setores da sociedade portuguesa”, escreve o antigo líder da JSD, sem precisar a que partidos se refere.
Para Pedro Rodrigues, os resultados das eleições de domingo revelam a incapacidade do PSD de Rui Rio a vários níveis: em ser “oposição assertiva e alternativa de esperança para Portugal” e em “apontar um caminho claro e determinado que se distinga do desgoverno socialista”.
“Significam que os portugueses não querem um PSD com cerimónias na oposição, mas um PSD firme e determinado”, acrescenta, argumentando que aqueles que não se reveem no espaço socialista têm sido deixados sem representação política.
O deputado do PSD, que em maio se demitiu do cargo de coordenador da bancada na Comissão de Trabalho e Segurança Social, invocando “falta de confiança” do presidente do partido, sublinha ainda a necessidade de uma “profunda reflexão” no interior do partido.
Essa reflexão, explica, deve debruçar-se sobre “as razões que conduzem à sua incapacidade de construir e liderar uma nova maioria”, e deve ter consequências para que o partido se volte a afirmar como alternativa.
“Um PSD que não tenha medo de estar na rua junto dos portugueses que perderam o seu emprego e os seus rendimentos. Um PSD que não abandone as empresas sufocadas pela situação económica. Um PSD que lute ao lado dos trabalhadores a recibo verde que não tem apoio por parte do Estado”, defendeu.
E acrescenta: “Que compreenda a insatisfação e a frustração dos portugueses e os represente. Que lidere uma nova maioria não socialista em Portugal”.
Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito Presidente da República nas eleições de domingo, com 60,70% dos votos.
Segundo os dados provisórios da Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna - Administração Eleitoral, Ana Gomes foi a segunda candidata mais votada, com 12,97%, seguida do candidato de extrema-direita, André Ventura, com 11,90%.
Na noite eleitoral, o presidente do PSD, Rui Rio, reagiu aos resultados eleitorais com uma interpretação diferente da de Pedro Rodrigues.
Em discurso na sede do PSD/Porto, Rui Rio falou num “esmagamento claro da esquerda e numa vitória fortíssima do candidato moderado” e apontou como grande derrotado o PS, devido à “falta de comparência”.
Para a décima eleição do Presidente da República, desde a instauração da democracia em 25 de Abril de 1974, estavam inscritos 10.865.010 eleitores, mais 1.208.536 do que no sufrágio anterior, em 2016.
Foram sete os candidatos ao Palácio de Belém: Além do atual Presidente e recandidato, Marcelo Rebelo de Sousa, apoiado pelo PSD e CDS-PP, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e antiga eurodeputada do PS Ana Gomes (PAN e Livre).
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