“Afirmar com determinação as nossas diferenças e defender com assertividade a nossa alternativa ao PS, negando qualquer possibilidade de coligação ou acordo parlamentar com o Partido Socialista”, desafia o antigo líder da JSD, que não integra a lista de candidatos a deputados para a próxima legislatura.
Na carta, intitulada “Manifesto pela Identidade do PSD”, Pedro Rodrigues lança alguns reptos ao presidente do PSD, que irá materializar no 39.º Congresso do PSD, que se realiza entre sexta-feira e domingo em Santa Maria da Feira (Aveiro).
“Decidi dirigir uma carta aberta ao presidente do PSD, dando voz ao sentimento de milhares de portugueses que anseiam por uma alternativa que volte a fazer sonhar os portugueses e ofereça esperança no futuro aos jovens, aos pequenos e médios empresários e à classe média portuguesa”, justificou o deputado à Lusa.
Na carta, o deputado considera que o PSD “afirmando a sua identidade e o seu projeto político se encontra em plenas condições de vencer as próximas eleições”.
“É isso que os portugueses esperam. É isso que se exige ao presidente do PSD”, considera.
Para o deputado, o PSD deve fazê-lo “não colocando em causa a sua identidade e património histórico”, assumindo-se como “um partido humanista e reformista de centro-direita, e não como um partido de identidade e valores desconhecidos”.
“A magnitude dos desafios que temos pela frente exige clareza por parte do PSD. Um partido que cumpre o sonho dos seus fundadores nunca poderá ser uma muleta do Partido Socialista. Antes, tem de afirmar uma alternativa clara ao PS”, considera.
Rui Rio tem afirmado que, em nome da governabilidade e do interesse nacional, o partido que perder as eleições de 30 de janeiro deve estar disponível para viabilizar um eventual governo minoritário do vencedor, através de uma "negociação séria", que pode passar por um acordo parlamentar de legislatura ou, pelo menos, de dois anos.
Para Pedro Rodrigues, que apoiou Rui Rio em 2018 mas depois se afastou do atual presidente e esteve ao lado de Paulo Rangel nas últimas diretas, o PSD “nunca poderá ser cúmplice de quem penaliza os empresários e a classe média para continuar a engordar um Estado que, de tão balofo, arrisca a um enfarte”.
“Um partido da família europeia do PPE não se confunde programaticamente, nunca, com partidos inscritos na Internacional Socialista”, alertou.
O deputado defende que o PSD não pode ser “a direita de que a esquerda gosta, nem a direita que os populistas” gostaria que fosse.
“Somos o grande partido que vai do centro à direita. Sempre liderando as grandes reformas que impulsionam o país e não admitindo o papel secundário de cúmplice do PS aguardando pelas reformas sempre por si adiadas”, afirmou.
O deputado salientou que, ao longo da sua história, o PSD liderou processos de revisões constitucionais que tiraram “o Estado do setor banca, da comunicação social e o setor dos seguros”.
“Não ficámos à espera do PS para iniciar negociações para a adesão à CEE. Fizemo-lo em nome do povo português (…) Não ficámos à espera do PS para tirar o país da bancarrota e para resgatar a nossa credibilidade internacional. Assumimos essa responsabilidade em nome das futuras gerações, contra o PS”, acrescenta.
“É tempo de assumirmos a plenitude das nossas responsabilidades e assumir com clareza o nosso projeto político, assumindo claramente a ambição e o objetivo de liderar uma maioria reformista em Portugal”, defende o ainda deputado.
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