Em declarações à Lusa a propósito da apresentação em Matosinhos (Porto), hoje, com a presença do eurodeputado Paulo Rangel, do livro do movimento social-democrata “Portugal não pode esperar”, de que é fundador, Pedro Rodrigues fez também um balanço dos primeiros 100 dias de Rio à frente do partido.
“Do ponto de vista estrutural, a liderança do dr. Rui Rio está em linha com o que foi proposto aos militantes sociais-democratas: colocar o interesse nacional acima de tudo e, se necessário, chegar a acordos com o Governo”, afirmou Pedro Rodrigues, que foi apoiante do atual presidente do PSD nas diretas.
Questionado se o PSD corre o risco, como defendeu o antigo líder parlamentar Luís Montenegro, de ser visto como “uma muleta” do Governo, o antigo líder da ‘jota’ considerou que “o que faz sentido é trazer o PS e o Governo para outros temas, como a saúde, a segurança social ou novos temas como a inovação ou a revolução digital em curso”.
“O PSD não correrá esse risco se introduzir na agenda aquelas que são as suas prioridades. Se o PSD se limitar a discutir os temas que o Governo quer ver na agenda, esse não é o caminho que defendo, e não será esse certamente o caminho que o dr. Rui Rio quererá para o PSD num futuro próximo”, afirmou.
Sobre as novas funções do Conselho Estratégico Nacional (CEN), anunciado como “uma revolução no funcionamento do partido”, Pedro Rodrigues classificou-o como “uma boa ideia”, mas alertou que ainda “está por testar o seu funcionamento”.
“O partido tem de se modernizar e para que isso aconteça tem de abandonar as velhas lógicas territoriais (…) As velhas fórmulas dos anos 90 já não agradam aos cidadãos de hoje e é deles que precisamos para ganhar eleições”, afirmou.
Pedro Rodrigues diz-se disponível para colocar as conclusões do primeiro livro do movimento “Portugal Não Pode Esperar” ao serviço do PSD e da liderança de Rui Rio, caso tal lhe seja pedido, o que até agora não aconteceu.
“Se o PSD e o CEN tiverem interesse em conhecer as nossas posições, terei todo o gosto”, afirma.
Na apresentação do livro em Lisboa, em janeiro, Rui Rio marcou presença ainda na qualidade de candidato à liderança do PSD, tal como Pedro Santana Lopes. Também marcou presença Pedro Passos Coelho, então ainda presidente do partido.
Hoje, em Matosinhos, além de Pedro Rodrigues intervirão na sessão de apresentação do livro o eurodeputado Paulo Rangel e Vladimiro Feliz, ex-‘vice’ de Rio na Câmara do Porto e porta-voz nacional do CEN na secção temática das Infraestruturas e Coesão do Território.
Se o primeiro livro do movimento faz um enquadramento das tendências que influenciam Portugal e a Europa, o próximo vai focar-se em “desafios concretos”, assegura Pedro Rodrigues.
“Por exemplo, como é que Portugal se pode transformar num ‘hub’ de inovação”, aponta, referindo que não irão fazer uma abordagem temática tradicional, mas partir de “seis ou sete desafios” que consideram cruciais para o país e apresentar propostas concretas.
Contando com muitas pessoas do PSD, “mas não só”, a elaboração do próximo volume de conclusões do movimento “Portugal não pode esperar” será desenvolvido com recurso a uma plataforma colaborativa online.
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