Numa mensagem nas redes sociais, Pedro Sánchez também destacou que a “determinação” do Executivo em “reparar o sofrimento das vítimas do franquismo” sempre orientou sua ação de governo: “Justiça, memória e dignidade”, conclui.
Por seu lado, a vice-presidente do Governo, Carmen Calvo, já tinha avançado, numa reação à decisão do Tribunal, que a exumação dos restos mortais do ditador será feita “o mais rapidamente possível”, para que a transferência ocorra o maior número de dias antes da campanha eleitoral para as eleições gerais de 10 de novembro próximo.
O Tribunal Supremo espanhol autorizou hoje o Governo a transferir o corpo de Francisco Franco do Vale dos Caídos para o cemitério de El Pardo, nos arredores de Madrid, recusando a “totalidade” do recurso da família do ditador.
A transferência do corpo devia já ter sido realizada em 10 de junho, mas o Supremo decidiu suspender, de forma cautelar, o plano do Governo, enquanto não houvesse decisões sobre vários recursos apresentados, principalmente pela família do ex-ditador.
Ao recusar o recurso apresentado pelos netos do ditador, o Supremo dá o seu apoio à decisão do Governo espanhol de enterrar os restos mortais em El Pardo.
Os familiares estão contra essa transferência e insistiam que apenas poderiam aceitar a exumação para a catedral de Almudena, no centro de Madrid, onde a filha do ditador, Carmen Franco, tinha comprado em 1987 uma sepultura com espaço para vários corpos.
Para o Governo socialista, o corpo do ditador não pode ser transferido para qualquer local onde possa ser “enaltecido ou homenageado”.
A exumação do corpo de Francisco Franco enfrenta a partir de agora um último obstáculo jurídico: um tribunal de contencioso administrativo de Madrid suspendeu provisoriamente, por motivos de segurança, a licença de obras para levantar a laje da sepultura de Francisco Franco no Vale dos Caídos.
Francisco Franco Bahamonde foi um militar espanhol que integrou o golpe de Estado que, em 1936, marcou o início da Guerra Civil Espanhola, tendo exercido desde 1938 o lugar de chefe de Estado, até morrer em 1975, ano em que se iniciou a transição do país para um sistema democrático.
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