"Estou muito satisfeito. As Misericórdias foram muito para além do que lhes era pedido. Ainda não acabámos o nosso trabalho. Todas as casas estão em obra, mesmo aquelas que nos foram entregues em dezembro [oito]. Temos muitos bens guardados para equipar essas casas que faremos chegar às famílias", afirmou à agência Lusa o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel Lemos.
O responsável falava após a reunião do Conselho Nacional da União das Misericórdias Portuguesas que decorreu em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, onde o fogo de 2017 fez 66 mortos.
"Viemos a Pedrógão Grande em solidariedade para com a tragédia que aqui aconteceu e trouxemos aqui o Conselho Nacional das Misericórdias, porque nós não nos esquecemos. Para nós, isto não é uma coisa passageira e não nos esquecemos desta problemática", disse.
A UMP já concluiu a reconstrução de 26 casas afetadas pelos incêndios ocorridos em junho do ano passado na região Centro, estando ainda em execução outras 22 habitações.
Atualmente, a União tem ainda 500 mil euros para investir.
No total, a parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian, em articulação com o Fundo Revita (criado na sequência destes fogos), já permitiu investir 1,2 milhões de euros dos donativos angariados, que ultrapassaram os dois milhões de euros, na reabilitação e na reconstrução total e parcial de habitações permanentes.
"Quanto à verba dos 500 mil euros, vamos concluir as intervenções e o que sobrar, era bom que sobrasse. Naturalmente que iremos apoiar também as vítimas dos incêndios de outubro", frisou.
O presidente da UMP explicou que na reunião do Conselho Nacional foram apresentadas as contas do que tem sido a atividade.
"Demos conta do relatório, de quanto se recebeu e quanto se gastou. Isso é público. Os nossos auditores auditaram tudo o que recebemos e o que gastamos. Estamos todos muito tranquilos, muito confortáveis", sustentou.
Face à polémica que inicialmente se levantou com a gestão dos donativos por parte da UMP, Manuel Lemos explicou que o dinheiro não podia ser gasto só para obedecer às pressões.
"Somos um país pobre, não podemos andar a gastar o dinheiro à toa", concluiu.
Após a reunião do Conselho Nacional, os participantes visitaram em Pedrógão Grande quatro habitações já recuperadas e outras três em Castanheira de Pera.
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