“Há oficialmente 27 mortos, alguns feridos e vários desaparecidos neste atentado que é obra do Boko Haram”, disse um funcionário de Toumour, onde se realizou o ataque, no dia em que decorrem eleições municipais e regionais no Níger.
“Algumas vítimas foram mortas ou feridas a balas, outras foram carbonizadas dentro das cabanas, ficando totalmente consumidas pelas chamas de um grande incêndio provocado pelos agressores”, disse a mesma fonte, que referiu ainda que entre 800 e 1.000 casas foram incendiadas, assim como o mercado central e diversos veículos.
“Os agressores, cujo número é estimado em cerca de 70, chegaram a Toumour por volta das 18:45 de sábado, horário local (17:45 hora de Portugal continental) a pé, depois de atravessar a nado (as águas do Lago Chade)”, segundo o funcionário municipal.
“Eles começaram por atacar a residência do chefe tradicional (da vila), que conseguiu escapar ‘in extremis'”, acrescentou a fonte, falando num ataque “bárbaro”, em que “quase 60% da vila foi destruída”.
O grupo ‘jihadista’ Boko Haram, com origem na Nigéria em 2009, estabeleceu bases em algumas das várias ilhotas que pontilham o lago Chade, numa vasta extensão pantanosa na fronteira entre a Nigéria, Chade, Níger e Camarões.
Desde 2016, o grupo Boko Haram dividiu-se em duas fações: a de Abubakar Shekau, o líder histórico do grupo, e o Estado Islâmico (EI) na África Ocidental (Iswap), afiliado do grupo extremista com a mesma designação (EI), que se instalou à volta do lago Chade.
As autoridades do Níger não diferenciam entre os membros do Boko Haram e do Iswap, qualificando todos esses combatentes ‘jihadistas’ como elementos do Boko Haram.
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