A estação de Campo de Ourique é uma das quatro paragens planeadas no prolongamento da linha vermelha, que vai ligar São Sebastião até Alcântara, passando por Campo de Ourique, Amoreiras e Infante Santo.
Os moradores de Campo de Ourique formaram o movimento “Salvar o Jardim da Parada” e protestam contra esta construção da estação no centro do bairro.
No seu ‘site’, dizem que a obra vai mudar a configuração do jardim, que tem mais de 100 anos, arrancar parte das suas árvores históricas, afetar a Escola Básica Ressano Garcia por causa de um poço de ventilação e retirar lugares de estacionamento.
Numa nota enviada hoje, a empresa assegura, no entanto, que o Jardim da Parada “manterá todas as suas atuais características depois das obras de construção da nova estação”.
Enquanto o estaleiro estiver montado, a transportadora diz ser necessário retirar seis lódãos, mas que, no final, quatro novos serão replantados “exatamente no mesmo sítio” e outros dois noutros locais do jardim.
“Ainda no que às árvores diz respeito, na fase de obra será garantida uma zona de proteção de 20 metros de raio dos três exemplares arbóreos classificados (fitomonumentos) existentes”, indica o Metropolitano no comunicado, acrescentando que o parque infantil do jardim vai ser relocalizado durante a construção.
Na mesma nota, a empresa defende que a construção da estação de Campo de Ourique sob o Jardim da Parada possibilita uma “distribuição rápida para outras zonas de Lisboa” e uma “redução significativa dos tempos estimados de percurso”, ao mesmo tempo que as obras no jardim oferecem um “menor risco” de interferirem “com a estabilidade do edificado da envolvente".
O Metropolitano acrescenta ainda que a construção a partir do jardim permite um “menor impacto” na “definição das áreas destinadas a estaleiro” e nas “vias de circulação públicas”.
Por isso, diz ser a solução que causará o “menor impacto e constrangimentos possíveis” em comparação com outros pontos da freguesia.
O movimento “Salvar o Jardim da Parada” não é contra a estação em Campo de Ourique, mas defende outro local para as obras, propondo a ideia apoiada pela Associação Portuguesa dos Arquitetos Paisagistas (APAP): a construção junto à Igreja do Santo Condestável, a 300 metros do jardim.
A obra no Jardim da Parada recebeu parecer favorável da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), embora condicionado ao cumprimento de condições que não implicam a deslocalização.
O plano atual prevê acessos à estação subterrânea, com 31 metros de profundidade, a partir da Rua Almeida e Sousa e da Rua Francisco Metrass.
O prolongamento da linha vermelho representa um investimento de 304 milhões de euros no Plano de Recuperação e Resiliência 2021-2026.
As obras devem arrancar em 2023 e prolongar-se até 2026.
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