Marco Mendonça, ator, recentemente em cena com “Catarina e a beleza de matar fascistas”, peça criada por Tiago Rodrigues e produzida pelo D. Maria II, foi uma das vozes que já se levantou.
"Todas as personagens do filme, incluindo as personagens negras, foram dobradas por atores e atrizes brancos e brancas. Bem sei que se trata de um filme de animação, e que as vozes nem sempre têm de corresponder às caras, mas fiquei a pensar: quando as personagens são brancas, também acontece serem atores e atrizes negras a dobrar? Não.", escreveu numa publicação na sua conta de Instagram.
Na mesma publicação, o ator questiona: "É certamente uma vitória termos acesso a um filme da Pixar protagonizado por personagens e vozes negras, mas porque não esforçarmo-nos para prolongar essa vitória? Porque não considerarmos artistas de pele negra para dar voz a personagens negras?".
“Soul” estreou a 25 de dezembro apenas no serviço de ‘streaming' Disney+ e conta a história de Joe Gardner, um professor de música numa escola preparatória em Nova Iorque, cujo sonho é ser um pianista de jazz profissional.
A versão portuguesa conta voz de Jorge Mourato (Jamie Foxx na versão original), José Nobre (Donnell Rawlings), Pedro Penas (Questlove), Mónica Garcez (Angela Bassett) ou Pedro Leitão (Daveed Diggs), entre outras.
Também Manoel Moreira, ator e com várias dobragens de filmes de animação no currículo ("Toy Story", "Carros", "Rei Leão"), trouxe o tema às redes sociais.
"É óbvio que estamos a falhar quando achamos normal que alguém tenha olhado para um filme com este ambiente e estas personagens sem se lembrar que não faria sentido escolher um casting de vozes total ou quase totalmente composto por artistas brancos", escreveu na mesma plataforma.
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