De acordo com a lista elaborada por esta organização de direitos humanos, pelo menos 380 pessoas foram detidas em Minsk e noutras cidades, incluindo vários jornalistas e atletas de alta competição.
Andrei Krauchanka, medalha de prata em decatlo nas Olimpíadas de Pequim, e Ivan Ganin, bicampeão mundial de kickboxing, foram detidos durante o protesto, assim como a Misse Bielorrússia 2008, Olga Jinikova, e um famoso ator, Alexandre Zhdanovich, refere a Agência France Presse (AFP)
Uma dezena de jornalistas foram também detidos durante esta nova manifestação, que pede a saída de Alexandr Lukashenko, reeleito presidente em agosto com 80% dos votos.
A oposição bielorrussa tem organizado marchas de protesto semanais desde agosto, reunindo dezenas de milhares de pessoas, às vezes mais de 100 mil, apesar da resposta repressiva do regime.
Depois de três meses de contestação histórica, a situação parece estar num impasse diante da recusa de Lukashenko em deixar o poder, refere a AFP.
Exilada, a principal opositora, Svetlana Tikhanovskaïa, disse hoje que estes 90 dias de manifestações e de inflexão do regime mostram que “perdeu a sua legitimidade e o seu poder”.
“Ele não nos quer dar o direito de decidir o que acontecerá no nosso país”, escreveu Svetlana Tikhanovskaïa por mensagem no Telegram, acrescentando que os protestos vão continuar “até à vitória”.
A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) apelou, na quinta-feira, à anulação dos resultados das presidenciais na Bielorrússia e denunciou “torturas sistemáticas” e “violações em massa dos direitos humanos” no seu primeiro grande relatório sobre o país.
“Existem provas avassaladoras que demonstram que as eleições presidenciais de 09 de agosto foram falsificadas e violações em massa e sistemáticas dos direitos humanos cometidas pelas forças de segurança em resposta às manifestações pacíficas”, indica o documento discutido em Viena perante o Conselho Permanente da organização.
A OSCE exige novas e “verdadeiras” eleições que cumpram os “critérios internacionais”, na presença de observadores independentes.
Desde que foi reeleito, a 09 de agosto, num escrutínio contestado como fraudulento pela oposição, Alexandr Lukashenko, no poder há 26 anos, enfrenta um amplo movimento de contestação que reúne semanalmente dezenas de milhares de manifestantes, apesar da repressão policial e de milhares de detenções.
Três meses depois, a situação está num impasse, com o Presidente a recusar abandonar o poder.
Lukashenko decretou várias mudanças no aparelho de segurança do Estado, nomeando novos responsáveis para o Ministério do Interior e a polícia da capital.
A Bielorrússia encerrou também as fronteiras terrestres, com exceção da fronteira com a Rússia, que apoia o regime.
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