Os 20 anos da atribuição do prémio Nobel da Literatura, que se completam a 08 de outubro, vão ser comemorados entre aquela data e o dia 15 de dezembro, mas “o programa final só ficará fechado na próxima segunda-feira”, disse hoje à Lusa Pilar Del Rio, presidente da Fundação Saramago e companheira de muitos anos do escritor, falecido em 2010.
As celebrações vão iniciar-se com o Congresso Internacional “José Saramago: 20 Anos com o Prémio Nobel”, que decorrerá de 08 a 10 de outubro, no Convento de São Francisco, em Coimbra.
A iniciativa, organizada pelo Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra, em coorganização com a câmara local (com os apoios da Reitoria da Universidade de Coimbra, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, da Fundação José Saramago e da Porto Editora), será “uma de muitas” a realizar “em Lisboa, no Porto, em Azinhaga (Golegã) e em muitos outros locais”, acrescentou.
Exposições, conferências e recitais integram as comemorações que Pilar Del Rio considera serem “as adequadas”, defendendo que “não há maior comemoração que a leitura”.
De acordo com a presidente da fundação, quer em Portugal quer em Lanzarote (Espanha), onde o Nobel viveu, “vai haver muitas leituras públicas [de obras de José Saramago] e as comemorações serão aquelas que fazem os seus leitores”, disse à Lusa.
“Temos o dever de gratidão, de comemorar e de lembrar quem nos deu tanto”, afirmou Pilar Del Rio em Óbidos, no distrito de Leiria, onde hoje os 20 anos da atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago foram assinalados na primeira conversa do Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos.
À conversa com Anabela Mota Ribeiro e Ricardo Viel (autores de obras sobre Saramago), Pilar Del Rio recordou o momento em que teve conhecimento da atribuição do prémio e “a loucura” em que se transformou o ano de 1998.
Pela conversa passaram, precisamente, as duas obras que serão lançadas no Congresso Internacional de Coimbra: “Último Caderno de Lanzarote” (Porto Editora), um diário inédito do autor, descoberto casualmente por Pilar del Rio já depois da morte do autor, e “Um país levantado em alegria”, de Ricardo Viel, que relata os bastidores da atribuição do prémio Nobel.
Além destes dois livros, está ainda previsto o lançamento de “Por Saramago”, de Anabela Mota Ribeiro, numa edição da Temas e Debates, mas cuja apresentação não tem ainda data definida.
O primeiro dia do Folio ficou também marcado pela homenagem a Eduardo Lourenço, com a exibição do documentário “Labirinto da Saudade”, com a presença do realizador Miguel Gonçalves Mendes.
O programa fecha hoje com um concerto do fadista Ricardo Ribeiro.
Na sexta-feira Gonçalo M. Tavares dá um curso sobre “Escrita e Imaginação” e o festival reserva ao público três mesas de autor, com a participação de Hugo Mezena, José Riço Direitinho, Henrique Manuel Bento Fialho, Carlos Franz (Chile), Karla Suárez (Cuba), A.R.Azzam (Qatar), Ismael Mateus (Angola), António Torres (Brasil) e Abel Barros Batista.
Dividido em cinco capítulos (Autores, Folia, Educa, Ilustra e Boémia), o festival decorre entre hoje e o dia 07 de outubro, proporcionando 831 horas de programação que envolverão 554 participantes diretos, entre autores, pensadores, artistas e criativos que integram as 26 mesas de escritores, 25 concertos e 13 exposições, num programa com mais de 185 atividades.
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