“No dia 01 de julho de 2024, será anunciada uma mobilização militar parcial na Polónia, em que 200.000 cidadãos polacos, ex-soldados ou simples civis, serão chamados a cumprir o serviço militar obrigatório”, informara a agência noticiosa polaca PAP, numa peça agora reconhecida como falsa.
A notícia também afirmava que os ucranianos que vivem na Polónia não poderiam ser mobilizados, por não serem cidadãos polacos.
A agência noticiosa polaca já anulou a notícia e assumiu que era falsa.
“A Agência de Imprensa Polaca não é a fonte deste texto”, escreveu a PAP, indicando que estava a iniciar uma investigação sobre este incidente.
De acordo com a Constituição polaca, é também o Presidente e não o primeiro-ministro quem ordena a mobilização.
“Medidas imediatas foram tomadas na sequência de um provável ciberataque russo contra a agência noticiosa polaca e da divulgação de mensagens de desinformação sobre uma alegada mobilização na Polónia”, escreveu Jacek Dobrzynski, porta-voz da agência noticiosa polaca, na rede social X.
Segundo o primeiro-ministro Donald Tusk, “uma nova pirataria informática, muito perigosa, ilustra claramente a estratégia de desestabilização russa nas vésperas das eleições europeias”.
Os serviços de informações polacos e o Ministério dos Assuntos Digitais da Polónia iniciaram imediatamente uma investigação sobre o incidente.
“Apenas dois minutos após o aparecimento da informação, foram tomadas medidas” pela Agência de Segurança Interna, assegurou Krzysztof Gawkowski, ministro dos Assuntos Digitais.
“Tudo parece indicar que estamos perante um ataque cibernético organizado pelo lado russo, cujo objetivo é a desinformação e a paralisia da sociedade”, disse o ministro.
A Polónia, um país apoiante de Kiev face à invasão russa, é também o principal ponto de trânsito de armas ocidentais para a Ucrânia.
A Polónia anunciou recentemente que deteve várias pessoas suspeitas de sabotagem em nome dos serviços de informações russos, acusados de espancamentos, incêndio criminoso e tentativa de incêndio criminoso.
Em abril, piratas informáticos atacaram a página eletrónica da agência de notícias estatal checa CTK, publicando dois textos falsos, que alegavam que os serviços de informações checos tinham evitado um ataque ao Presidente eleito da Eslováquia, Peter Pellegrini.
Também este mês, a Alemanha retirou temporariamente o seu embaixador russo depois de membros do partido do chanceler alemão, Olaf Scholz, terem sido alvo do que Berlim chamou de um ciberataque russo patrocinado pelo Kremlin.
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