“Acho que é importante para todos os arquitetos ser mais um arquiteto, é o terceiro [o primeiro foi Eduardo Souto de Moura, em 1998], e para ele também porque a obra dele distingue-se”, afirmou, em declarações à agência Lusa, o arquiteto João Luís Carrilho da Graça, vencedor do Prémio Pessoa em 2008.
Carrilho da Graça recordou que em 2008, “e ainda hoje”, ficou “muito contente” por ter sido distinguido com o Prémio Pessoa por se tratar de um galardão “que não é só de arquitetos para arquitetos, é um prémio que vem da sociedade e que é um prémio sobretudo cultural, e isso é particularmente interessante para um arquiteto”.
O arquiteto Manuel Aires Mateus venceu o Prémio Pessoa, que distingue anualmente uma personalidade portuguesa que tenha tido uma "intervenção particularmente relevante e inovadora na vida artística, literária ou científica".
Carrilho da Graça, que aproveitou para “dar os parabéns” a Manuel Aires Mateus pela distinção, referiu que o trabalho daquele arquiteto “consegue aliar, em certa medida, aspetos da tradição, considerados fundamentais na arquitetura, com uma contemporaneidade que é reconhecida por toda a gente”.
“É um prémio que é bastante reconhecido e prestigiado em Portugal, já teve vencedores muito importantes e, portanto, quem recebe essa distinção sente que pertence a um grupo de pessoas respeitáveis, reconhecidas e isso é importante para nós e também é relativamente consensual”, disse.
O júri desta 31.ª edição destacou, na obra de Manuel Aires Mateus, com muitos projetos assinados com o irmão, Francisco Aires Mateus, "a arquitetura moderna, abstrata e contemporânea", com apelo a "formas e materiais vernaculares portugueses, que integra de um modo exemplar", com "caráter inovador", numa "continuidade entre o passado e a atualidade".
O júri recordou ainda a "obra pública vasta", como o Centro de Criação Contemporânea de Tours, em França, e a sede da EDP em Lisboa.
O júri do Prémio Pessoa 2017 foi composto por Francisco Pinto Balsemão (presidente), Emídio Rui Vilar (vice-presidente), Ana Pinho, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião e Rui Vieira Nery.
Comentários