Os apoiantes do candidato presidencial do Chega reuniram-se em ambiente festivo, num jantar/comício, em Braga, com música e cânticos, uma iniciativa que a candidatura afirmou cumprir as regras da Direção-Geral de Saúde.
Em comunicado hoje divulgado, o Comando da Guarda Nacional Republicana (GNR) confirma que acompanhou a realização do evento, que se enquadrou no artigo do decreto lei sobre o novo confinamento que excetua da proibição de celebrações e eventos os atos que se realizem no âmbito da campanha para a as eleições presidenciais.
"A Guarda acompanhou a realização do evento procurando, nomeadamente, acautelar a manutenção da ordem pública, o que veio a ocorrer", esclarece a GNR.
Segundo o comunicado, os agentes apuraram a participação de cerca de 170 pessoas no evento, no qual foram servidas refeições.
O proprietário do estabelecimento foi identificado "por forma a ser elaborado o respetivo expediente e envio para Ministério Público do Tribunal Judicial de Braga, para apuramento de eventuais ilícitos que se possam ter verificado", acrescenta a GNR.
Com cerca de 170 pessoas distribuídas em mesas redondas, o jantar/comício de domingo em Braga foi a maior iniciativa entreportas da candidatura desde o início do período de campanha oficial (10 de janeiro), uma vez que todos os comícios anteriores tiveram lugar em espaços com plateias devidamente preparadas para guardar a distância sanitária ou refeições coletivas apenas com algumas dezenas de convivas em restaurantes.
Apesar do “dever geral de recolhimento domiciliário” e num dia em que Portugal perdeu mais 152 pessoas para a covid-19, o diretor de campanha, mandatário nacional de André Ventura e membro da direção nacional do Chega, Rui Paulo Sousa, garantiu que o evento cumpriu a lei.
“Todos os eventos que estamos a realizar são feitos através das distritais, que contactam a Direção-Geral de Saúde (DGS), com os dados e o cumprimento de todas as regras de distanciamento, das mesas e dos lugares nas mesas”, disse.
O concorrente ao Palácio de Belém, André Ventura, nas suas ações de campanha eleitoral, tem criticado fortemente o executivo liderado por António Costa por aquilo que considera ser incompetência e falta de planeamento no combate às novas vagas da crise pandémica.
Segundo a RTP, Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) tinha dado um parecer negativo ao evento que foi depois confirmado pelo delegado a Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN), mas o ACES Braga só já durante o dia de domingo terá tido conhecimento do documento, tal como a Guarda Nacional Republicana.
As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
A campanha eleitoral termina em 22 de janeiro. Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.031.048 mortos resultantes de mais de 94,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 8.861 pessoas dos 549.801 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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