Carlos César falava esta noite aos jornalistas no final da reunião da Comissão Política Nacional do PS, que durou cerca de duas horas e meia, depois de questionado sobre os contornos que envolveram a demissão de Manuel Delgado do cargo de secretário de Estado da Saúde na terça-feira – lugar em que foi logo a seguir substituído por Rosa Matos Zorrinho.
“O secretário de Estado da Saúde fez uma avaliação sobre a sua conduta e sobre a sua participação nesse processo. Entendeu que a sua demissão era a posição mais acertada e, portanto, não só tendemos a concordar com ele, como também achamos que ele tomou a posição devida”, declarou o presidente do PS.
Questionado sobre se este caso não poderá prejudicar a imagem do Governo, Carlos César admitiu que “todos os incidentes desta natureza colocam sempre problemas à limpidez da atividade governativa”.
“Mas creio que quando essas pessoas assumem as suas posições com clareza, demitindo-se, deixam o Governo isento desses problemas e dessas imputações”, sustentou.
Interrogado sobre o caráter insólito do envolvimento anterior de Manuel Delgado com a associação “Raríssimas”, Carlos César disse não pretender fazer comentários em relação a esse ponto.
“Há uma tendência perigosa de confundir o escrutínio de condutas políticas e da gestão de instituições com considerações de ordem pessoal e que não coincidem para a seriedade desta análise”, alegou.
Para Carlos César, “a responsabilidade do PS é a de seguir com atenção todos os casos que envolvem a atividade do Governo, que tem tido genericamente um percurso de sucesso”.
“Mas também há erros ou acidentes de percurso. Faz parte da natureza humana não acertar sempre em tudo. Naturalmente, há membros do Governo que, num caso ou noutro tomaram decisões incorretas, ou adotaram condutas indevidas”, acrescentou.
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