De acordo com a mesma fonte, a lista dos detidos integra duas outras “figuras de topo” do Turismo Porto e Norte de Portugal, ligadas à chefia do Departamento Operacional e à Direção do Núcleo Financeiro e Jurídico.
Entre os detidos estão ainda um empresário da zona da Maia e outro da região de Viseu.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve hoje cinco pessoas e realizou buscas em entidades públicas e sedes de empresas no âmbito de uma investigação relativa à presumível viciação de procedimentos de contratação pública no valor de vários milhões de euros.
Em comunicado, a PJ refere que os cinco detidos no âmbito da designada operação “Éter”, estão indiciados por crimes de corrupção e participação económica em negócio em procedimentos de contratação pública no Norte do país.
“A investigação, centrada na atividade de uma pessoa coletiva pública, determinou a existência de um esquema generalizado, mediante a atuação concertada de quadros dirigentes, de viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto com o desiderato de favorecer primacialmente grupos de empresas, contratação de recursos humanos e utilização de meios públicos com vista à satisfação de interesses de natureza particular, assinala a PJ, através da sua Diretoria do Norte.
Já em 20 de junho, a Procuradoria-Geral Distrital (PGD) do Porto tinha anunciado a constituição de cinco arguidos numa investigação à atividade desenvolvida por uma “entidade ligada à promoção do turismo”, que se confirmou ser o Turismo Porto e Norte, por alegados crimes de corrupção, peculato e abuso de poder.
Contactado pela Lusa nessa altura, o presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal, Melchior Moreira, manifestava-se de consciência tranquila e disponível para prestar todas as informações que lhe forem solicitadas.
“Estou de consciência tranquila. Vou prestar todas as informações e toda a ajuda que me for solicitada, para esclarecer a situação e defender o meu bom nome e da entidade”, referiu então Melchior Moreira.
Na operação policial realizaram-se 11 buscas, domiciliárias e não domiciliárias, nas regiões de Porto, Gaia, Matosinhos, Lamego, Viseu e Viana do Castelo e estiveram envolvidos 50 elementos da Polícia Judiciária, incluindo inspetores, peritos informáticos e peritos financeiros e contabilísticos.
A investigação, refere a polícia, prossegue no sentido de determinar todas as condutas criminosas e o seu alcance.
Os detidos, com idades compreendidas entre os 42 e os 54 anos, sendo três dirigentes de entidade pública e dois empresários, vão ser presentes a interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.
Contactada pela Lusa, a Secretaria de Estado do Turismo remeteu eventuais comentários para mais tarde.
(Última atualização às 23h09)
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