Nos últimos três anos, o Parlamento iraquiano tem pedido a saída de militares estrangeiros do país.
Porém, na entrevista, Al-Sudani disse que o Iraque precisa das forças dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) para fazer frente às ameaças do grupo jihadista Estado Islâmico, cujas células continuam ativas em zonas do deserto ocidental do país.
Ainda que sublinhando não serem necessárias “forças de combate” estrangeiras, o governante indicou que ainda não se fixou um calendário para a retirada de tropas externas, como pediu o Parlamento iraquiano após o assassinato do poderoso comandante iraniano Qassem Soleimani num bombardeamento seletivo dos Estados Unidos em Bagdad, capital iraquiana, em janeiro de 2020.
Essa ação desencadeou a ira de vários grupos e milícias armadas pró-Irão, que exigiram a saída de todas as tropas estrangeiras do Iraque e perpetraram dezenas de ataques contra bases militares com soldados norte-americanos e outros estrangeiros.
A morte de Soleimani também desencadeou o fim da missão de combate dos Estados Unidos no Iraque e a retirada de um grande contingente militar, mas, ainda assim, mantiveram-se no território cerca de dois mil soldados dedicados exclusivamente a tarefas de assessoria e treino.
Com a nomeação de Al-Sudani, em outubro de 2022, multiplicaram-se as dúvidas sobre o futuro das tropas dos Estados Unidos no Iraque, devido às estreitas relações que o primeiro-ministro mantém com o Irão, arqui-inimigo de Washington.
No último ano, a coligação militar que combate o Estado Islâmico, liderada por Washington, intensificou os seus ataques, sobretudo na Síria, onde o grupo tem mais atividade.
“Se existe uma ameaça para o Iraque, é a penetração das células [do Estado Islâmico] através da Síria”, considerou Al-Sudani, na entrevista.
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