"A nova presidente da Fundação Côa Parque, tem 47 anos, é doutorada em Ciência da Cultura, pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e mestre em História das Populações, pela Universidade do Minho. Detém ainda uma pós-graduação em Turismo e Património Religioso, pela Universidade Católica de Lisboa e uma pós-graduação em Gestão Cultural, pelo Instituto Politécnico do Porto. Licenciou-se em Estudos Europeus, pela Universidade Lusófona do Porto", informa o comunicado do ministério tutelado por Graça Fonseca.
Esta nomeação surge na sequência da morte, após doença súbita, do anterior presidente da fundação, Bruno Navarro, ocorrida no passado dia 30 de janeiro, que esteve à frente da instituição nos últimos três anos.
A Fundação Côa Parque - Fundação para a Salvaguarda e Valorização do Vale do Côa é a entidade responsável pela gestão do Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa.
"Aida Maria Oliveira Carvalho é, desde setembro de 2001, docente no Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e coordenadora do Departamento de Artes e Humanidades, bem como membro da Comissão Científica do mestrado de Marketing Turístico, além de investigadora no Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo", indica o comunicado hoje divulgado.
Aida Maria Oliveira Carvalho, ao longo dos anos - prossegue a informação do Ministério -, publicou vários artigos em revistas científicas especializadas na área do património e do turismo cultural.
Entre 1996 e 2001, Aida Maria Oliveira Carvalho foi guia-intérprete no Vale do Côa.
"Tem sido, ao longo dos anos, testemunha privilegiada da história e cultura desta região, à qual tem dedicado grande parte da sua vida profissional. Acredita-se, por isso, que saberá dignificar o trabalho de quem tão brilhantemente a antecedeu, sendo agora incumbida do importante papel de contribuir para a conservação e divulgação deste valioso lugar de História e Património, de reconhecida importância mundial", reconhece o ministério da Cultura.
Politécnico de Bragança felicita escolha
O Politécnico de Bragança congratulou-se hoje com a nomeação da professora Aida Carvalho para presidir à Fundação Côa Parque, reconhecendo o papel e contributo ativo da docente na consolidação da instituição, enquanto polo de ciência, tecnologia e ensino superior.
"Não é a primeira vez que docentes do Instituto Politécnico de Bragança [IPB] são desafiados para novas funções governativas, o que é também um reconhecimento do profissionalismo e da qualidade dos quadros do IPB, sendo a saída da professora Aida Carvalho mais um exemplo claro", indica a direção do Instituto, num comunicado envido à agência Lusa.
Para os responsáveis pelo IPB, há a certeza de que Aida Carvalho desempenhará "com relevância e distinção este novo desafio na sua carreira, sabedores de que será necessário ao Politécnico encontrar soluções internas para colmatar mais esta saída".
No IPB desde 2001, ao longo do seu percurso académico e profissional, Aida Carvalho ocupou diversas funções de distinta natureza, como diretora da licenciatura em Turismo, membro da comissão científica do mestrado em Marketing Turístico, membro do conselho técnico-científico, do conselho pedagógico, assim como na coordenação do departamento de Artes e Humanidades na Escola Superior de Comunicação Administração e Turismo, em Mirandela, no distrito de Bragança.
"Na sua atividade de investigação, participa no Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo (CiTUR), no âmbito do qual a sua ação se tem destacado em abordagens que incorporam tecnologias emergentes e aquela que tem sido, ao longo dos anos, a sua paixão pelo estudo, preservação, promoção e difusão da história e cultura desta região", descreve a mesma nota.
O Governo é representado no seio da Fundação pelos ministérios da Cultura e da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, em estreita articulação com representantes do Turismo de Portugal, do Ambiente, da Câmara de Vila Nova de Foz Côa e da Associação de Municípios do Vale do Côa.
O espaço arqueológico do Vale do Côa tutelado da Fundação Côa Parque divide-se em dois eixos fluviais principais: 30 quilómetros ao longo do rio Côa, com os sítios da Faia, Penascosa, Quinta da Barca, Ribeira de Piscos, Canada do Inferno, e 15 quilómetros pelas margens do rio Douro, nas áreas de Fonte Frireira, Broeira, Foz do Côa, Vermelhosa, Vale de José Esteves e Vale de Cabrões.
Como uma imensa galeria ao ar livre, o Vale do Côa apresenta mais de mil rochas com manifestações rupestres, identificadas em mais de 80 sítios distintos, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há cerca de 25.000 anos.
A arte rupestre do Côa, inscrita na Lista do Património Mundial da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) desde 1998, foi uma das mais importantes descobertas arqueológicas do Paleolítico superior em finais do século XX em toda a Europa.
Aquando da descoberta "Arte do Côa", em 1994, os arqueólogos portugueses asseguraram tratar-se de manifestações do Paleolítico Superior e afirmaram estar-se perante "um dos mais fabulosos achados arqueológicos do mundo".
Já o Museu do Côa nasce em 2010 na sequência da descoberta dos sítios de arte rupestre do Vale do Côa em 1994 e da sua classificação pela UNESCO como Património Mundial em 1998. Uma vez que "o verdadeiro museu é o Vale", as coleções de originais guardadas no museu são uma amostragem, constituída por peças de arte móvel paleolítica recuperadas em contexto de escavação e artefactos arqueológicos que vão sendo descobertos nos trabalhos de pesquisa que aqui prosseguem desde a criação do Parque Arqueológico.
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