Na ordem de trabalhos da reunião, marcada para as 16:00, está a aprovação das contas do partido e, num segundo ponto, a “análise dos resultados das eleições legislativas e da situação política e decisão sobre processo eleitoral para os órgãos nacionais do partido”.
No início de fevereiro, alguns dias depois da derrota eleitoral do PSD, Rui Rio confirmou que irá deixar a presidência do partido - cargo que ocupa desde janeiro de 2018 - e remeteu para o Conselho Nacional a tarefa de definir o ‘timing’, embora manifestando disponibilidade para se manter até ao início de julho.
Fonte da direção confirmou à Lusa que a Comissão Política Nacional (CPN) não irá levar qualquer proposta de calendário de diretas e Congresso a Barcelos e defendeu que nem sequer poderá ser votada no sábado qualquer data, uma vez que tal não está incluído na ordem de trabalhos.
No entanto, vai ser apresentado na reunião uma proposta de deliberação assinada por 17 das 19 distritais do PSD (ficam de fora Aveiro e Évora) que pretende que, num prazo máximo de dez dias, se realize uma nova reunião deste órgão e sejam marcadas eleições diretas e Congresso.
Na proposta a que a Lusa teve acesso, as distritais propõem que o Conselho Nacional delibere, em primeiro lugar, que “o horizonte temporal publicamente definido pelo presidente do PSD, Dr. Rui Rio, para a eleição e tomada de posse de uma nova direção do PSD, seja escrupulosamente observado, pelo que é imprescindível que o processo esteja concluído até ao final do 1.º semestre de 2022”.
Num segundo ponto, as distritais querem levar a votos que “o Conselho Nacional reúna no prazo máximo de 10 dias com vista a apreciar e deliberar a proposta de Regulamento e Cronograma da Eleição Direta e do 40.º Congresso Nacional do PSD a ser apresentada pela Comissão Política Nacional (CPN)”, isto se não for possível fazê-lo já na reunião deste sábado.
Fonte da direção já tinha defendido à Lusa que a marcação do calendário eleitoral interno, ainda que pudesse ser debatida na reunião de hoje, exigiria sempre um novo Conselho Nacional para votar os regulamentos das diretas e Congresso, cuja elaboração é da responsabilidade da CPN.
Caso os conselheiros concordassem com o ‘timing’ que foi apontado pelo presidente, e que passaria por realizar diretas na primeira quinzena de junho e Congresso duas a três semanas depois, só seria necessário reunir o Conselho Nacional novamente em abril.
No entanto, a mesma fonte admitia que, se o ‘tom’ dominante da reunião de Barcelos fosse que Rui Rio deveria sair mais cedo, a direção poderia convocar novo Conselho Nacional em dez dias, precisando as diretas de ser marcadas com pelo menos 45 dias de antecedência para se cumprirem todos os procedimentos.
Por enquanto, ainda não há nenhum candidato assumido à liderança do PSD - a marcação das eleições diretas é normalmente o pontapé de saída do processo - sendo os nomes mais falados Luís Montenegro, Paulo Rangel, Jorge Moreira da Silva e Miguel Pinto Luz, sendo este último o único que irá à reunião de Barcelos.
De acordo com os resultados provisórios das legislativas de 30 de janeiro, o PSD conseguiu cerca de 29% dos votos e 78 deputados (a confirmar-se um eleito pela Europa quando for repetida a eleição), menos um do que os 79 eleitos em 2019 e ficando mais de 13 pontos percentuais do PS, que obteve a segunda maioria absoluta da sua história.
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