O partido VVD liderado pelo primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, venceu as eleições de quarta-feira, ao conquistar 33 assentos, com 94,3% dos votos contados, abrindo-se a porta à formação de um governo de coligação de centro-direita. Em declarações hoje à agência Lusa, o vice-presidente da bancada do PSD, Miguel Morgado, disse que esta “foi uma vitória das forças políticas pró-europeias e da moderação política”.
“Nesse sentido temos sempre de saudar e respeitar a decisão soberana do povo holandês, mas temos de saudar também que esta foi uma derrota dos populismos e dos extremismos e a Europa precisa da Holanda como parceira, como tem sido ao longo destas últimas décadas, para levarmos a cabo as reformas que a União Europeia precisa”, sublinhou.
No entender de Miguel Morgado, a derrota dos populismos e extremismos de esquerda e de direita tem de ser continuada no debate político, no debate das ideias e na defesa e promoção dos valores das democracias europeias assentes em economias sociais de mercado. “Esse é um trabalho que tem de continuar na Holanda e fora da Holanda”, frisou.
O vice-presidente da bancada do PSD destacou também a importância dos resultados eleitorais na Holanda para Portugal.
“É importante para Portugal como membro da União Europeia e que precisa que as instituições europeias, os mecanismos europeus, sejam reformados no âmbito da união económica monetária, no aprofundamento do mercado único”, disse.
Segundo Miguel Morgado, é importante que a Holanda, que é um membro fundador da União Europeia e que tem acompanhado sempre o processo de integração europeia, possa ter um governo que defenda os valores europeus da sociedade tolerante, da sociedade aberta, da economia social de mercado.
O partido VVD liderado pelo primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, venceu as eleições de quarta-feira, ao conquistar 33 assentos, com 94,3% dos votos contados. O PVV de Geert Wilders obteve 20 (15 na anterior legislatura), enquanto o Apelo Democrata Cristão conseguiu 19 deputados), como o partido Democracia D66.
Para superar os 76 deputados que proporcionam a maioria absoluta na Câmara Baixa, com 150 membros, Mark Rutte poderá recorrer aos nove lugares dos trabalhistas (PvdA), que foram parceiros do Governo na anterior legislatura. Contudo, falta saber se o PvdA está disponível para o efeito, depois de quatro anos e meio de aliança e a perda de 29 assentos nestas eleições.
Apesar de o Partido da Liberdade (PVV, de extrema-direita) ter conquistado 20 assentos nestas eleições - contrariando as sondagens que a apontavam como a força mais votada -, a maioria das formações políticas manifestou durante a campanha eleitoral que não pretendia aliar-se com Geert Wilders.
Depois de se ter ficado a saber que ficou colocado em segundo lugar nas eleições, Geert Wilders afirmou-se pronto para integrar o futuro Governo holandês caso seja convidado.
No entanto, Mark Rutte, reeleito agora para um terceiro mandato à frente do Governo da Holanda, garantiu, nas semanas que antecederam o escrutínio, que a probabilidade de governar com Geert Wilders “não é era de 0,1, mas sim de zero”.
Comentários