Rodrigo Gonçalves subiu esta quinta-feira à liderança da concelhia lisboeta do PSD, depois de Mauro Xavier se ter demitido do cargo de presidente, devido a “divergências estratégicas e programáticas” relativamente às eleições autárquicas para Lisboa.
Numa carta enviada hoje a Passos Coelho e a que a agência Lusa teve acesso, o responsável interino do PSD-Lisboa pede ao presidente social-democrata que convoque eleições para a concelhia, a realizar até 26 de maio, e que, acrescenta, devem ser publicitadas na página do PSD na Internet e no jornal Povo Livre.
“Entendo que na política os lugares não se herdam, conquistam-se. A legitimidade do voto e com ele do meu projeto para Lisboa é ainda mais necessário quando temos pela frente um combate autárquico tão desigual em Lisboa”, refere, na carta.
“Estamos empenhados na vitória do PSD em Lisboa. Com esse sentido, aceitamos todos os nomes indicados pela nossa companheira Teresa Leal Coelho para as juntas de freguesia de Lisboa, mesmo quando isso significou afastar pessoas indicadas por nós, como os antigos secretários de Estado da Cultura José Amaral Lopes e do Desenvolvimento Regional António Taveira de Sousa e do ator João de Carvalho, entre outros”, acrescenta.
Na reunião de quinta-feira foram também aprovados os candidatos sociais-democratas às juntas de freguesia da capital, nomes apresentados pela candidata à câmara, Teresa Leal Coelho, que não seguiu as indicações da concelhia.
“Fomos confrontados com uma situação nova”, afirmou na ocasião o presidente interino, especificando que chegou ao conhecimento da comissão política um e-mail “com 24 nomes indicados pela doutora Teresa Leal Coelho, com conhecimento do doutor Pedro Passos Coelho", na qual "não constavam sete nomes do núcleo central" apontados pela concelhia.
Os sete excluídos são: José Amaral Lopes (para Alvalade), Américo Vitorino (para Arroios), José Carvalho dos Santos (Benfica), Frederico Coelho (Campolide), Paulo Taveira de Sousa (Lumiar), João de Carvalho (São Domingos de Benfica), e Pedro Marques (Carnide).
Rodrigo Gonçalves recorda na carta que, em outros momentos, a vitória do PSD em Lisboa “parecia impossível, mas tornou-se possível pela ação dos seus militantes”, acrescentando: “Foi assim em 2001 e em 2005”, numa referência à conquista do município lisboeta por Pedro Santana Lopes e António Carmona Rodrigues.
“Sempre soubemos que não pode haver equívocos que fragilizem a liderança política do PSD em Lisboa. (…) Só legitimado pelo voto poderei exercer na plenitude as funções de presidente da concelhia e ajudar o PSD a ganhar Lisboa”, considera Gonçalves.
A demissão do do presidente da concelhia de Lisboa, Mauro Xavier, foi lamentada pelo coordenador do programa autárquico do PSD para Lisboa, José Eduardo Martins que disse respeitar a decisão mas que é agora tempo de "seguir em frente".
O responsável pelo programa do PSD ao município de Lisboa considerou que não há consequências para a candidatura social democrata à capital. "Pelo que li da carta que o Mauro [Xavier] escreveu, o objetivo é justamente o contrário e portanto seguir em frente", realçou, referindo ainda que não faz "a mais pequena ideia" se Fernando Seara também se demitiu da concelhia social democrata de Lisboa, uma notícia que foi avançada por vários órgãos nacionais.
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