Numa declaração escrita enviada à Lusa, o ex-deputado que presidiu à Comissão de Defesa na anterior legislatura considera que, na segunda volta, todos os militantes devem escolher um líder que garanta que o PSD “não se transforme numa muleta no sistema partidário, mas deverá voltar a ser um esteio da democracia”.
“Assim, e porque nos anos difíceis do resgate financeiro tive, enquanto vice-presidente executivo do PSD, o privilégio de trabalhar lado a lado com o Dr. Luis Montenegro, líder parlamentar, tornando possível conhecer de forma mais aprofundada o seu espírito democrático, a sua competência política, a sua determinação em defender os interesses de Portugal acima de qualquer outro interesse, a sua coragem combativa em respeito pelos seus adversários, não posso deixar de nesta segunda volta de lhe prestar o meu apoio político e o meu voto”, justifica.
Marco António Costa manifestou a convicção de que com Montenegro como presidente do PSD “o dr. António Costa e o PS passarão a respeitar” o partido e a “enfrentar uma oposição política determinada, substantiva e que sirva a democracia portuguesa e Portugal”.
O antigo secretário de Estado diz ter apoiado convictamente na primeira volta Miguel Pinto Luz, considerando que o vice-presidente da Câmara de Cascais obteve “um resultado extraordinário”.
“Confirma-o como uma personalidade incontornável do nosso partido. Estou certo que agora e no futuro será indispensável ao nosso PSD”, afirmou.
Deputado por três legislaturas, Marco António Costa chegou a ser o primeiro vice-presidente e porta-voz do PSD durante a liderança de Pedro Passos Coelho.
Desempenhou ainda funções governativas como secretário de Estado Adjunto do Ministro da Segurança Social, Família e Criança, no XVI Governo Constitucional liderado por Pedro Santana Lopes, e secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social do XIX Governo Constitucional, encabeçado por Pedro Passos Coelho.
Na segunda-feira, foram vários os apoiantes de Pinto Luz que declararam que votarão em Luís Montenegro, como os antigos secretários-gerais do PSD Miguel Relvas e Matos Rosa, os líderes das distritais de Lisboa e de Setúbal, Ângelo Pereira e Bruno Vitorino, e o deputado e presidente da distrital da JSD de Lisboa, Alexandre Poço.
Em sentido contrário, o ex-ministro Mira Amaral, o cientista Carvalho Rodrigues e os deputados Ana Miguel Santos e Nuno Carvalho (que foram cabeças de lista nas últimas legislativas em Aveiro e Setúbal, respetivamente) passaram do apoio a Pinto Luz para a declaração de voto no atual presidente e recandidato, Rui Rio.
Segundo os resultados ainda provisórios disponíveis no site do PSD (mas que já atualizam os anunciados no sábado pelo Conselho de Jurisdição Nacional), Rio foi o candidato mais votado na primeira volta com 49,02% dos votos expressos, seguido de Luís Montenegro, que obteve 41,42% do total. O vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais Miguel Pinto Luz ficou em terceiro, com 9,55%, e fora da segunda volta.
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