No discurso de encerramento da primeira Convenção Nacional do Conselho Estratégico Nacional do PSD, em Santa Maria da Feira, Rui Rio lembrou que "as reformas mais pesadas e mais profundas de que o país necessita" só têm condições para avançar se "houver sentido de Estado por parte das forças partidárias", motivo pelo qual "desde sempre" tem "defendido acordos com outros partidos".
"Estamos em ano de diversos atos eleitorais e, por isso, compreende-se que 2019 não seja a altura propícia para levar a cabo esses entendimentos, mas passado este período, o PSD terá de continuar a fazer todo o esforço necessário para conseguir que Portugal possa ter as reformas que o seu desenvolvimento reclama", admitiu.
Infelizmente, numa "democracia em degradação, a cultura dominante não é a cultura do diálogo e da busca de solução para os graves estrangulamentos que o país atravessa", criticou o líder social-democrata.
"Desde uma perspetiva partidária associada a uma visão clubística da respetiva militância, passando pelo tacticismo de curto prazo ou pelos diversos interesses instalados, e acabando na falta de rigor ditada por uma comunicação imediatista e superficial, tudo normalmente se conjuga para obstaculizar a realização das reformas de que Portugal, há muito, necessita", condenou.
Por isso, "qualquer desafio para entendimentos de ordem estrutural", segundo Rui Rio, "é de imediato censurado e apoucado por uma cultura de intervenção política que vê a relação entre partidos como um permanente combate, uma permanente desconfiança e uma constante atitude primária de bota-abaixo".
"É o clima ideal para descredibilizar ainda mais os políticos e os partidos. O clima adequado para afundar o regime e dificultar o desenvolvimento do país", avisou.
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