Os trabalhos parlamentares estavam suspensos desde o passado dia 8 e são retomados hoje, com o chamado Discurso da Rainha, protocolo que inclui a deslocação da monarca ao Parlamento para iniciar uma nova sessão legislativa.

A Rainha começou por dizer que a prioridade do Governo "sempre foi garantir a saída do Reino Unido da União Europeia no dia 31 de outubro", acrescentando que o Executivo quer "uma nova parceria com a União Europeia", baseada no comércio livre e "numa cooperação amigável".

Logo de seguida, a monarca afirmou que os vários ministros vão trabalhar em novas medidas para a pesca, a agricultura e o comércio, no sentido de "aproveitar as oportunidades que advenham da saída da União Europeia".

"O Reino Unido vai continuar a ter um papel de liderança" na política internacional, disse a Rainha já quase no final de um discurso em que foram apresentadas as linhas gerais do programa do novo Governo, sempre com a realidade de um Brexit como pano de fundo.

Quanto às questões da imigração, a Rainha anunciou que uma nova lei, que vai pôr fim à liberdade de circulação dos cidadãos europeus, estabelece a fundação de um sistema "justo, moderno e global". Segundo Isabel II, o Governo continua empenhado em assegurar que os cidadãos europeus que "têm construído as suas vidas no Reino Unido e têm contribuído tanto" para o país têm o direito a lá ficar.

Ao longo do discurso, a monarca apresentou brevemente algumas das políticas que serão tidas em conta em áreas como a educação, a economia, as infraestruturas, transportes e ambiente.

No final, a Rainha voltou à questão do Brexit, sublinhando que o Governo britânico estará "na linha da frente para resolver os mais complexos assuntos de segurança internacional".

O Discurso da Rainha é um evento pleno de pompa, que inclui o transporte da monarca numa carruagem dourada e o uso de trajes de cerimónia, em particular a coroa normalmente guardada na Torre de Londres, e resume as leis que o governo pretende fazer aprovar na próxima sessão legislativa.

O discurso, escrito pelo governo, representa a abertura de uma nova sessão legislativa, que normalmente dura um ano, com as prioridades e programa para os meses seguintes e serve também de teste à confiança do parlamento no governo, pois implica uma votação após vários dias de debate.

Menciona também visitas de Estado previstas ao estrangeiro ou de chefes de Estado de outros países ao Reino Unido.

Após a leitura, realizada na Câmara dos Lordes, é feito um intervalo dos trabalhos, que são retomados pelas 14:30 horas com intervenções do líder da oposição, atualmente o trabalhista Jeremy Corbyn, e depois do primeiro-ministro.

[Última atualização às 12h33] 

*Com agência da Lusa