A líder do PEV falava a agência Lusa na apresentação das conclusões de uma reunião do Conselho Nacional, que decorreu no Montijo, distrito de Setúbal.
“O facto de o governo procurar convencer que o fim destas taxas moderadoras só se consegue se for feito de uma forma faseada, é, na nossa perspetiva, uma forma de atirar a solução para a frente e de manter o problema durante mais longo tempo”, realçou Heloísa Apolónia.
Para a líder do partido, estas taxas só foram criadas para desincentivar a utilização do Serviço Nacional de Saúde (SNS) por parte das populações.
“Consideramos que os portugueses não têm de financiar duplamente o Serviço Nacional de Saúde. Primeiro através dos impostos e depois através do pagamento destas taxas”, frisou, precisando que “são taxas profundamente injustas”.
As declarações Heloísa Apolónia surgem após a ministra da Saúde, Marta Temido, ter dito hoje que a redução faseada “é a única forma e a mais exequível” para acabar com as taxas moderadoras nos centros de saúde.
O semanário Expresso noticia hoje que o fim das taxas moderadoras nos centros de saúde vai ser faseado, não entrando em vigor já em 2020, como previa um projeto de lei do BE aprovado no dia 14 no parlamento.
De acordo com o jornal, que cita fonte governamental, o executivo deu indicações ao PS para alterar, na especialidade, o diploma do Bloco de Esquerda (BE) que previa a eliminação já em 2020 do pagamento das taxas moderadoras nos centros de saúde e em consultas no Serviço Nacional de Saúde.
Heloísa Apolónia referiu ainda que as Parcerias Público-Privadas (PPP) na área da saúde são absolutamente prejudiciais e que se deve acabar com as que já existem.
“As PPP na área da saúde são absolutamente lesivas” realçou, anotando que “não se devem promover novas PPP”, devendo-se “acabar com aquelas já, hoje, existentes”.
Já no que diz respeito à possibilidade de encerramento de maternidades por falta de pessoal, a líder de os Verdes mostrou-se preocupada, alertando para necessidade de adequar os profissionais de saúde às necessidades do funcionamento dos serviços.
“Não consideramos correto que se encerrem parcialmente serviços, durante determinados períodos, que são fundamentais para dar resposta a situações neste caso de concreto de urgências”, disse.
Além disso, de acordo com Heloísa Apolónia, o Conselho Nacional do partido considerou “lesivo para o Estado o que se passou em relação ao SIRESP”, salientando que o “SIRESP tem demonstrado muitas falhas”, com falta de manutenção.
De acordo com Os Verdes, estes seriam motivos mais do que suficientes para o Estado determinar o controlo público do SIRESP, sem gastar dinheiro público.
O partido criticou ainda o governo pela construção de um novo aeroporto na base aérea do Montijo.
“Os Verdes consideram inadmissível que o governo decida da construção de um novo aeroporto na base aérea do Montijo, salvaguardando interesses económicos, em detrimento da segurança ambiental, da segurança do território e da segurança e saúde das populações”, referem, acusando o Estado de se recusar promover uma Avaliação Ambiental Estratégica.
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