“Portugal é um dos nossos aliados mais antigos e eu sempre acreditei que se os Estados Unidos e Portugal se sentarem à mesa e forem honestos um com o outro – isso inclui nós sermos honestos com Portugal -, podemos desenvolver uma iniciativa e visão estratégica de longo prazo para a Defesa e esse é o objetivo”, referiu Devin Nunes, que integrou a equipa de transição do novo Presidente norte-americano, Donald Trump.
Nunes participou hoje em Lisboa num encontro de legisladores luso-americanos, promovido pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), que contou com a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com quem se reuniu.
Questionado sobre o futuro da presença norte-americana na base das Lajes, nos Açores, Nunes respondeu: “O mais importante é que temos de garantir a segurança dos Estados Unidos da América, que trabalhamos com os nossos aliados e que poupamos dinheiro dos contribuintes norte-americanos. As Lajes fazem tudo isto”.
Mas, acrescentou o congressista republicano, “também há outras oportunidades”.
Nunes adiantou que, na próxima segunda-feira, vai conhecer “algumas capacidades militares de Portugal” para avaliar “como é possível reforçar esta relação, avançando em outras avenidas”.
Instado a comentar qual é a posição de Donald Trump sobre as Lajes — para onde a anterior administração norte-americana anunciou uma redução do contingente militar -, Devin Nunes disse que o novo Presidente dos EUA “está muito empenhado em garantir que a NATO está forte e que todos estão a programar uma forma de atingir os 2%” (meta de contribuição de cada país, no valor de 2% do produto interno bruto).
“As Lajes foram sempre importantes, mas tivemos um departamento de Defesa na administração anterior que era completamente inapta”, criticou.
O líder norte-americano, acrescentou, está também “muito interessado em reforçar a marinha”.
“Há algumas sinergias que podem funcionar entre Portugal e os EUA nessa matéria”, considerou.
Sobre o papel da base militar nos Açores, Nunes apontou “os problemas com a Rússia, a China, o Estado Islâmico, a al-Qaeda”, pelo que a região do Atlântico, Mediterrâneo e África ocidental assumem maior importância.
“São áreas onde as Lajes e Portugal são aliados muito, muito importantes para nós”, referiu.
O congressista afirmou que “atualmente há mais combatentes do Estado Islâmico do que nunca”, quer no Médio Oriente quer na Europa.
“Este problema não vai desaparecer e temos de trabalhar de perto com os nossos aliados”, sublinhou.
Questionado para quando é expectável alguma decisão, comentou: “A burocracia move-se muito lentamente. A vantagem que temos com o Presidente Trump e a sua administração, o enfoque que ele coloca na NATO dá-nos uma nova oportunidade de fazer o que é certo”.
Em tom humorístico, referiu: “Os Estados Unidos fazem sempre o que está certo depois de esgotarem todas as outras alternativas”.
O Presidente português discursou no encontro, respondendo também a perguntas dos legisladores luso-americanos, numa sessão fechada à comunicação social.
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