“No futuro, no continente, já tive oportunidade de dizer isto e deu origem a não sei quantos incêndios políticos. Se o Chega se moderar pode haver hipóteses naturalmente de diálogo. Se o Chega não se moderar não há hipótese de diálogo. Nos Açores moderou-se”, assegurou o presidente do PSD.
Em declarações aos jornalistas, à margem de uma reunião por videoconferência com a Confederação Empresarial de Portugal – CIP, Rui Rio disse concordar com os quatro objetivos que o Chega defendeu para viabilizar o novo Governo Regional.
“Fazer uma proposta de redução dos deputados regionais. Isto é fascista? É de extrema direita? É uma proposta fascista querer baixar o número de pessoas com o rendimento mínimo nacional garantido e terem emprego e rendimento? Isto é fascista? Criar um gabinete de luta contra a corrupção. É fascista lutar contra a corrupção? Reforçar a autonomia dos Açores”, interrogou o líder dos sociais-democratas.
“São estes quatro pontos que decidiram lá regionalmente. Não fui eu que decidi, mas se quiser que diga com toda a frontalidade, sou a favor da redução dos deputados regionais, sou a favor do aumento do emprego e da baixa do rendimento mínimo garantido e sou a favor da luta contra a corrupção”, salientou.
Questionado pelos jornalistas se o partido tinha, ao aceitar negociar com o Chega uma solução política, “passado a linha vermelha”, Rui Rio negou.
“O PSD passou a linha vermelha de querer baixar os deputados regionais, de querer baixar o número de pessoas desempregadas e de combater a corrupção. Foi essa a linha vermelha que o PSD passou”, disse, deixando críticas ao primeiro-ministro, Partido Socialista e Bloco de Esquerda.
“O dr. António Costa, o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda estão efetivamente de cabeça perdida e estão claramente a mentir aos portugueses”, referiu, acrescentando que os mesmos “não tem tido noção do ridículo que estão a dizer”.
“Não fui eu, nem o PSD nacional que negociou o que quer que seja com o Chega”, reforçou.
José Manuel Bolieiro foi indigitado no sábado presidente do Governo Regional pelo representante da República para os Açores, Pedro Catarino.
O PS venceu as eleições legislativas regionais, no dia 25 de outubro, mas perdeu a maioria absoluta, que detinha há 20 anos, elegendo 25 deputados.
PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representavam 26 deputados, anunciaram esta semana um acordo de governação, tendo alcançado acordos de incidência parlamentar com o Chega e o Iniciativa Liberal (IL).
Com o apoio dos dois deputados do Chega e do deputado único do IL, a coligação de direita soma 29 deputados na Assembleia Legislativa dos Açores, um número suficiente para atingir a maioria absoluta.
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