O reeleito presidente social-democrata, Rui Rio, afirmou hoje que espera poder “trabalhar com estabilidade e lealdade”, recusou que o PSD esteja “partido” e vincou estar “a iniciar o momento para marcar a unidade” no partido.
“Encaro esta vitória com satisfação, orgulho e, acima de tudo, com sentido de responsabilidade", começou por dizer Rui Rio, recordando depois que "fez hoje um ano que, do outro lado da rua, o Conselho Nacional votou pela estabilidade ao votar contra a minha destituição a meio do mandato. Hoje, os militantes do PSD voltaram a votar pela estabilidade ao votar pela manutenção da atual liderança", congratulou.
"Espero que a partir de hoje possamos trabalhar no PSD com estabilidade, com lealdade", disse o líder social-democrata.
"Foi tempo de marcar as diferenças", mas "vamos iniciar agora o momento para marcar a unidade", acrescentou. "Tal como fiz há dois anos, vou repetir: para mim cabem todos cá dentro, desde que estejam com seriedade e lealdade".
"O nosso adversário comum é o PS e a geringonça, não é naturalmente o PSD", salientou Rui Rio.
O líder do PSD destacou três objetivos aos quais está "amarrado", começando pelo "reforço da implantação autárquica e regional" do partido.
"O segundo ponto relevantíssimo" é a "abertura do PSD à sociedade": "os portugueses têm razão quando se afastam da vida partidária (...) e eu, como líder de um partido, tenho a responsabilidade de mudar o partido para deixar de dar razão aos portugueses", enunciou.
A "terceira linha de força" é uma "oposição forte, construtiva e credibilizadora" ao partido socialista. "Nós servimos o país tanto no governo como na oposição, e é com essa postura que eu lidero o maior partido da oposição", disse Rio.
"Hoje eu ganhei o PSD, quero com o PSD começar a ganhar o país", resumiu o líder social-democrata.
Rio assumiu que "há muito trabalho a fazer", mas mesmo arriscando o politicamente incorreto, disse que amanhã vai descansar. Assim, "o trabalho começa para a semana".
Já no período das questões, Rui Rio recusou comentar declarações de militantes que deram a entender que a luta continua, dizendo que não comentar é o seu primeiro passo no sentido de unir o partido.
Quando questionado sobre se os resultados eram suficientemente expressivos para apaziguar o partido, Rui Rio disse que, na sua ótica, "um voto a mais era suficiente para que eu, se tivesse perdido, não infernizasse a vida de ninguém".
Reiterando que há lugar para todos no partido e que "as diferenças de opinião enriquecem", Rui Rio ressalvou que aquilo que "não aceita" é quando não há diferenças de opinião e se "inventam diferenças de opinião para se criar problemas".
O candidato e presidente do PSD, Rui Rio, foi hoje reeleito com 53,02% dos votos, derrotando o ex-líder parlamentar Luís Montenegro, que teve 46,98%, anunciou o conselho de jurisdição nacional do partido.
O anúncio foi feito pelo presidente do conselho de jurisdição, Nunes Liberato, na sede nacional dos sociais-democratas, em Lisboa, cerca das 23:20.
Esta eleição foi decidida numa segunda volta das diretas no PSD, o que aconteceu pela primeira vez na história do partido.
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