"Adversários, não sabem como funciona o partido". Estas foram as últimas palavras de Rui Rocha, o líder da "Lista L", que voltou ao palco para responder às acusações de Carla Castro, que afirmou que "não se pode querer descentralizar de manhã" e "ganhar no gabinete à tarde", já que o candidato tem o apoio de João Cotrim de Figueiredo. Foi apupado.
Já passava das onze da noite. Horas antes, o deputado tinha feito uma espécie de discurso motivacional: "Todos juntos vamos virar o país do avesso!" Conquistas, financiamento e união foram temas chave.
"O futuro será extraordinário, mas os combates políticos estão à porta". A começar, as eleições regionais na Madeira: "Não queremos o primeiro deputado na Madeira, mas o primeiro grupo parlamentar na Madeira", "se um deputado regional nos Açores [Nuno Barata] fez tanta diferença, o que fará um grupo parlamentar na Madeira". Porque o "PSD faz na Madeira o mesmo que PS faz a nível Nacional", acusa. Depois as eleições para o Parlamento Europeu: "Eleger o primeiro deputados liberal português".
A médio prazo, "lançar as bases para a Iniciativa Liberal representar o rompimento definitivo com o bipartidarismo em Portugal, que tem contribuído muito para o atraso do país". E dá o exemplo do novo aeroporto, que "Montenegro e António Costa decidem entre quatro paredes".
"Precisamos de ser ambiciosos, não basta dizer que queremos ser a terceira formação política. oito ou nove por cento não chega para mudar Portugal, que é o que eu quero", "não é fazer cócegas no sistema", afirmou Rui Rocha. "Sim, o partido tem de melhorar, sim tem de estar mais na rua, mas também não devemos nada a ninguém". "É unidos que vamos sair daqui", disse.
A última vez que alguém fez esta afirmação naquele mesmo Centro de Congressos, em Alcântara, foi Pedro Santana Lopes, na eleição que perdeu para Rui Rio. Saíram todos amigos, mas meses depois nascia a Aliança. Ri-se com a história e garante que não vai fundar nenhum partido, "isso é seguro", até porque o objetivo é vencer. De resto, lembra que a união "é um propósito e o propósito é genuíno".
Rui Rocha quer "descentralizar o partido a sério", "mudar o valor das quotas, que inibe a entrada de novos membros, e aumentar o financiamento dos núcleos". Por outro lado a "Lista L" quer dar formação aos seus políticos e avançar com reuniões trimestrais já a partir de fevereiro para se ouvirem uns aos outros e partilharem ansiedades.
Depois do partido, o país. "No país da IL serão criadas condições para que os mais novos não precisem de partir", ao contrário do país do PS e de António Costa, onde "é preciso emigrar". No país da IL "todos os atores do sistema de saúde estarão incluídos na solução para que portugueses tenham acesso à saúde", ao contrário do país do PS e de António Costa, "onde há listas de espera para cirurgia com três anos". "No país da IL as famílias escolhem" o projeto educativo mais adequado às suas necessidades e haverá um "pagamento por aluno". No país da IL "os lucros são privados, mas os prejuízos são privados também".
Diz que é melhor candidato porque tem "uma visão para o país". E tem um conjunto de propostas fortes, nomeadamente, "na área da energia e da água, e a Iniciativa Liberal não tem falado muito disso". De resto, sente-se confortável com o grupo parlamentar tal como está, manter ou não o seu líder é uma decisão que cabe, antes de mais, ao próprio Rodrigo Saraiva.
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