O presidente da Câmara de Sabrosa, Domingos Carvas, disse à agência Lusa que o troço da EM323, entre Provesende e o Pinhão, já no concelho de Alijó, vai ficar interdito a veículos acima das 12 toneladas.
“O problema daquela estrada está, sobretudo, na sustentabilidade da plataforma e quantos mais pesados tivermos a circular lá pior”, salientou.
Esta é uma via turística, muito utilizada por autocarros que fazem a ligação entre o cais fluvial do Pinhão, junto ao rio Douro, com quintas, a aldeia vinhateira de Provesende ou a vila de Sabrosa.
Domingos Carvas explicou que estão a decorrer obras de requalificação da estrada, com a primeira fase desta intervenção a incidir na consolidação dos taludes.
Esta é também uma altura com menos turistas no Douro e em que os barcos estão com a atividade praticamente parada.
É por isso, salientou, o “timing” para a interdição a pesados, já que a sua passagem também dificultava a obra.
O autarca prevê que a interdição aos veículos pesados se mantenha até maio.
A requalificação da EM323 será dividida em fases que contemplam intervenção a nível dos taludes, a colocação de raids de proteção, construção de miradouros e a repavimentação do piso, num investimento total de 1,7 milhões de euros.
Domingos Carvas criticou a desclassificação desta estrada, que em 1992 passou da alçada do Estado para a câmara que, segundo frisou, “não tem orçamento para a sua manutenção e conservação”.
O autarca disse que está a tentar “um apoio governamental” para esta intervenção, mas garantiu que “com ou sem apoio” o município vai avançar com a obra que prevê que esteja concluída, em todas as fases, até ao final de 2019.
Durante o debate do Orçamento do Estado, a 12 de novembro, o deputado do PS Ascenso Simões, eleito pelo distrito de Vila Real, chamou a atenção para a “difícil situação em que se encontra a segurança da estrada Pinhão – Sabrosa”.
Numa intervenção dirigida ao ministro do Planeamento e das Infraestruturas, o parlamentar socialista salientou que a falta de segurança daquela via, onde passam muitos autocarros turísticos, é um problema que “se arrasta há muito tempo”.
Ascenso Simões pediu ao Governo que se encontre “uma solução no âmbito dos recursos da câmara municipal, dos fundos comunitários ou no âmbito da Infraestruturas de Portugal” para a “resolução do problema” e lembrou a queda da ponte de Entre-os-Rios, que arrastou um autocarro.
Esta intervenção do deputado ocorreu antes do acidente de Borba. O deslizamento de terras para pedreiras e o colapso de um troço de estrada em Borba provocou, pelo menos, dois mortos, além de haver três pessoas desaparecidas.
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