O líder do Partido Socialista (PSOE), Pedro Sánchez, recandidata-se ao cargo de primeiro-ministro, que assumiu pela primeira vez em 2018, mas chega a estas eleições em desvantagem nas sondagens publicadas até agora, que lhe dão todas o segundo lugar.
À frente nos estudos eleitorais está o Partido Popular (PP, direita), com uma diferença para o PSOE de entre duas décimas e sete pontos percentuais.
As sondagens coincidem em que o PP, liderado por Feijóo, será o mais votado mas sem maioria absoluta, que poderá conseguir se fizer uma coligação pós-eleitoral com o VOX, um partido de extrema-direita.
Mas há também sondagens, embora em menor número, que não dão possibilidade de maioria absoluta nem à esquerda nem à direita, deixando de novo a chave do governo em partidos mais pequenos de âmbito regional, incluindo independentistas catalães e bascos, que viabilizaram o atual executivo liderado por Pedro Sánchez, uma coligação do PSOE com a plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos.
As eleições legislativas nacionais espanholas estavam previstas para dezembro, no final da legislatura, mas Sánchez antecipou-as para 23 de julho após a derrota da esquerda nas locais e regionais de 28 de maio passado.
Em desvantagem nas sondagens e no rescaldo da derrota eleitoral de maio, Sánchez propôs ao líder da oposição, Feijóo, seis debates entre os dois, em canais de televisão, durante a pré-campanha e a campanha eleitoral.
Feijóo aceitou apenas um, o que se realiza hoje à noite e que será transmitido pelos canais de televisão do grupo privado de comunicação social Atresmedia.
O debate, por ser único e pela aproximação entre os dois partidos nas sondagens nos últimos dias, está a ser visto como um dos momentos chave da campanha eleitoral.
Sánchez teve o último ato público de campanha na sexta-feira ao final da manhã e os seus assessores revelaram que dedicaria os dias seguintes a preparar o debate, a par de encontros internacionais em que brevemente, em plena campanha, terá de participar como primeiro-ministro (uma cimeira em Bruxelas da União Europeia com a América Latina e outra da NATO).
Feijóo questionou se Sánchez precisa de tanto tempo para preparar o debate de hoje “por não ter facilidade em explicar o inexplicável” da sua gestão no governo.
Uma das jornalistas que vai moderar o debate, Ana Pastor, sintetizou assim o que vai acontecer hoje em Espanha: “É uma noite de ‘Champions’ para a política”.
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