As conversações lançadas há quatro semanas pela União-Democrata Cristã (CDU), de Angela Merkel, e a sua aliada bávara União Social-Cristã (CSU) com o Partido Liberal (FDP) e os Verdes fracassaram no domingo.
O anterior parceiro de coligação de Merkel, o Partido Social-Democrata, recusa repetir a experiência e a chanceler excluiu ainda antes das eleições quaisquer negociações com a extrema-direita da Alternativa para a Alemanha ou a extrema-esquerda do Die Linke.
Schäuble, político veterano que foi ministro das Finanças de Merkel e exerce atualmente as funções de presidente da câmara baixa do parlamento, o Bundestag, pediu disponibilidade para o compromisso na segunda sessão parlamentar desde as eleições legislativas de 24 de setembro.
“Podemos ter opiniões diferentes sobre como devemos ser governados, mas é claro que temos de ser governados”, disse Schäuble.
É legítimo que um partido decida, depois de profunda reflexão, que não quer integrar uma coligação, “mas isso tem de ser explicado de modo lógico, para que não haja a impressão de que está a fugir às responsabilidades”, advertiu.
“A democracia exige maiorias e a nossa vontade de estabilidade exige maiorias sustentáveis”, disse Schäuble, frisando que “é preciso coragem” para “aceitar ceder para chegar a acordo com o outro”.
“Isto é um teste, não é uma crise do Estado. A tarefa é grande, mas pode ser resolvida”, disse.
Sem um acordo de coligação, as duas únicas opções são a formação de um governo minoritário ou a convocação de eleições antecipadas, decisão que cabe ao presidente, Frank-Walter Steinmeier.
Após um encontro com a chanceler, na segunda-feira, Steinmeier afastou para já uma decisão e apelou aos partidos que voltem à mesa das negociações.
Merkel, por seu lado, afirmou depois do encontro que está “muito cética” quanto a um governo minoritário e que prefere avançar para novas eleições, às quais será candidata.
Steinmeier deverá reunir-se hoje com os líderes do Partido Liberal e dos Verdes.
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