À margem da cerimónia que assinalou um ano da chegada dos símbolos da JMJ à capital, na Praça do Município, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, agradeceu o gesto do líder da Igreja Católica e disse aos jornalistas que "foi o maior acontecimento de sempre".
"Eu penso que não vai haver, pelo menos na minha vida, um acontecimento como este em Lisboa, com um milhão e meio de pessoas e, portanto, era um momento de agradecer, um momento de agradecer a todos os trabalhadores e as trabalhadoras da Câmara que trabalharam tanto dia e noite para que acontecesse", salientou.
Para Carlos Moedas, Lisboa conseguiu provar que "a administração local é uma grande administração, com muitas pessoas, com muitos e bons funcionários" e que "renasceu uma autoestima que não existia nos funcionários da administração local".
"Isto foi para todos, não foi só para a religião, foram para todos os lisboetas e que daqui tiveram mais de 290 milhões de retorno económico, com 10 mil empregos na cidade e foi muito importante, foi importante também para mostrar que fizemos, que foi um sucesso", realçou.
Sobre possíveis projetos para jovens com o lucro da JMJ, Carlos Moedas disse que "há várias ideias", mas que "é bom não confundir as coisas".
"Uma é o retorno económico que trouxe à cidade os 290 milhões, outra foi aquilo que foi o lucro da venda desses bilhetes que a Fundação JMJ disse no passado e que eu tenho a certeza que acontecerá, que será a aplicação desse lucro para projetos na área de Lisboa", descreveu.
"Nós temos muitas e boas ideias, ideias de projetos para jovens, desde residências estudantes a tantos projetos que podem ser desenvolvidos com esse dinheiro e, portanto, estamos aqui num momento em que eu penso que é uma decisão que tem de ser tomada, estudada, mas sobretudo conversada entre as partes, mas a decisão não é, obviamente, da Câmara Municipal, é da Fundação JMJ", acrescentou.
Já o presidente da Fundação JMJ, o padre Alexandre Palma, disse aos jornalistas que é preciso colocar "todos, como sociedade, igreja, sociedade, alternativas privadas, públicas, a dar os braços" para construir "qualquer coisa não apenas com os jovens, mas para os jovens".
"Nós não vamos fazer a JMJ 2024, a JMJ 2025, bem entendido. O que vamos fazer é uma outra coisa, a usar o bem e não apenas o bem dinheiro. Às vezes, parece que o único bem que ficou na Fundação é o bem dinheiro. É um bem para podermos fazer muito bem a outros, mas não é só esse. O capital que queremos multiplicar e distribuir não é apenas monetário, é também simbólico, é paixão, é tal protagonismo dos jovens que queremos fazer", explicou.
Segundo Alexandre Palma, o bem que se gerou na JMJ, material e imaterial, quantitativo e qualitativo, social, material e espiritual, "é um património de Lisboa, é um património do país".
"O que a Fundação vai querer fazer é retribuir. Vamos querer retribuir não no curto prazo, não vamos querer retribuir no médio prazo, mas vamos querer retribuir no longo prazo. Para isso, temos que usar bem um dos bens das jornadas, geri-lo com muito rigor, com muita transparência, com muita responsabilidade, para podermos ir distribuindo ao longo de muitos anos", observou.
Antes o Núncio Apostólico em Portugal, Ivo Scapolo, leu uma mensagem do papa Francisco, na qual reconheceu o empenho dos trabalhadores da autarquia lisboeta que "conseguiram preparar a cidade para receber a luz daqueles jovens, que, nos inícios de agosto do ano passado, fizeram de Lisboa a capital do mundo e do futuro".
A JMJ de Lisboa, que se realizou entre 01 e 06 de agosto, juntou cerca de 1,5 milhões de jovens no Parque Tejo para uma missa e uma vigília, com a presença do papa Francisco.
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