Segundo a direção Regional da Beira Alta do SEP, a carência de enfermeiros no Centro Hospitalar Tondela - Viseu (CHTV) "tem vindo a agravar-se de dia para dia com a inexistência de contratações nos últimos meses, nem mesmo para substituição das ausências de longa duração, como por exemplo as licenças de maternidade".
"Tal situação terá tendência a agravar-se, pois prevê-se que entre janeiro e março vários enfermeiros, com contrato por tempo indeterminado, venham a sair para tomar posse nos Cuidados de Saúde Primários", lê-se na missiva enviada aos municípios.
O SEP alerta que a carência de profissionais é de tal ordem que, em alguns serviços daquela unidade hospitalar, "o número de enfermeiros por turno tem vindo a ser reduzido, pondo em causa a qualidade dos cuidados de enfermagem".
Dá também conta de que existem serviços onde "têm sido atribuídos turnos para além do Plano Normal de Trabalho, existindo já alguns enfermeiros com mais de 200 horas acumuladas, sem que se conheça a forma como estas serão pagas".
É também alertado que "a diminuição do número de enfermeiros tem dificultado o gozo de direitos consagrados por parte de outros trabalhadores" da mesma classe.
Na nota, refere-se ainda que o sindicato tem alertado as entidades competentes para a necessidade da contratação de enfermeiros mas, até ao momento, "a situação mantém-se inalterada e dramaticamente grave".
O SEP procurou por diversas vezes agendar uma reunião com o Conselho de Administração (CA) do CHTV, para perceber que medidas estariam a ser tomadas para solucionar estes e outros problemas.
Inicialmente, o CA "mostrou-se indisponível para reunir" e, posteriormente, "após insistência", respondeu que, "por dificuldades de agenda, não era possível agendar qualquer reunião", adianta.
O sindicato lamenta a atitude, considerando que as relações institucionais são "fundamentais para a resolução de problemas".
Perante este cenário, o SEP explica que "apresentou uma denúncia pública da situação atual do CHTV, para que a população e demais entidades possam ter conhecimento da real situação" da instituição.
Segundo a fonte, a diminuição do número de enfermeiros no CHTV "é uma realidade concreta" e "o efeito dessa redução nota-se no cansaço e desmotivação" dos profissionais.
"Contudo, são as populações que mais sofrem. A diminuição do acesso e da qualidade dos cuidados são uma consequência de uma realidade que a todos deve preocupar", aponta.
As cartas foram enviadas aos presidentes das Câmaras Municipais e aos deputados das Assembleias Municipais de Viseu e de Tondela e o SEP também dará conhecimento do seu conteúdo ao primeiro-ministro e ao ministro da Saúde.
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