O pedido foi efetuado na semana passada ao ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, que tutela a comunicação social, com o objetivo de informar a tutela sobre a “grave situação que afeta centenas de trabalhadores a recibos verdes do grupo, conhecidos na empresa como ‘colaboradores’”, explicou o Sindicato dos Jornalistas (SJ), em comunicado.

“O SJ, antecipando uma resposta positiva do ministro, pretende clarificar junto da tutela a situação destas pessoas e expressar ao ministro a importância de não deixar esquecidos os pagamentos a estas pessoas, agora e depois de concretizado o negócio da venda de parte dos títulos do GMG”, sublinhou.

Este sindicato frisou que à data de hoje “há jornalistas com dois meses de vencimentos em atraso, de acordo com a prática instituída na empresa, e que o SJ sempre contestou, de pagar ao dia 10 do mês seguinte às pessoas sem vínculo laboral permanente”.

“Pelas contas do SJ, cerca de 100 pessoas esperam ainda para receber os montantes correspondentes ao mês de março, que teria de ser pago até de abril. Para estes trabalhadores, o pesadelo e o sofrimento agudizam-se a partir de hoje, pois passou mais um mês, sem que a administração do GMG tenha conseguido encontrar uma solução ou tenha dado uma resposta cabal aos trabalhadores”, denunciou ainda.

Em 05 de junho, a Autoridade da Concorrência (AdC) divulgou a sua deliberação sobre a compra de títulos da GMG pela Notícias Ilimitada (NI), referindo que esta operação não constituía uma operação de concentração, depois da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) ter dado luz verde.

A operação inclui marcas como o Jornal de Notícias (JN), Jornal de Notícias História e os 'sites' NTV e Delas, Notícias Magazine, o desportivo O Jogo, Volta ao Mundo e Evasões.

Para o SJ, “empurrar para depois da conclusão do negócio (…) é deixar à fome as largas dezenas de pessoas que têm agora dois salários em atraso e voltando a atirar para as garras da ansiedade aqueles que tiveram a sorte de receber o mês de março, num processo que cuja discricionariedade não se entende, com uma frieza que não se pode tolerar”.

O sindicato lamentou ainda “o silêncio da administração da GMG no meio deste processo” e acrescentou que está disponível para “ajudar os associados a tomar as medidas que acharem necessárias e previstas na lei para defenderem os seus direitos e dignidade”.