“A visibilidade mediática das urgências e a incapacidade de os hospitais adaptarem o seu modelo organizacional à evolução demográfica dos doentes colocam os internistas (…) debaixo de uma pressão repetida das administrações”, afirma a Sociedade de Medicina Interna, num comunicado hoje divulgado.
Na nota, a Sociedade manifesta publicamente a sua solidariedade com os diretores dos três serviços de Medicina do hospital de Faro, que colocaram o seu lugar à disposição.
Na terça-feira, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) denunciou o pedido de demissão de três diretores de serviço que alegam falta de resposta para a sobrelotação de doentes e pressões para atribuírem altas precoces, face ao aumento da procura e as consequentes dificuldades no internamento.
Segundo a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, os internistas fazem muito trabalho para lá dos seus horários, com muitas noites passadas no hospital e “sem qualquer tipo de incentivo por produção adicional”.
“Os colegas de hospital de Faro fazem parte desta gesta de internistas que tudo tem feito para que as consequências da crise económica, que ainda não terminaram no setor da saúde, não recaiam sobre os doentes”, acrescenta a sociedade científica que representam os especialistas em Medicina Interna.
De acordo com a Sociedade, os serviços de Medicina do hospital de Faro têm atualmente uma taxa de ocupação de 150%, com cerca de 20% do total de doentes a permanecer internado apenas por motivos sociais ou a aguardar uma vaga na rede de cuidados continuados.
“Os números de Faro são semelhantes aos da grande maioria dos serviços de Medicina dos hospitais do SNS”, acrescenta a nota.
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